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2016 Fantastic Coasters Tour

Detroit | Chicago | Cincinnati | Louisville

17 de ago. de 2016

Sete dias no interior dos Estados Unidos com muita montanha-russa boa

Depois de ter feito a 2015 California Dreams Tour, meu coração viajante e explorador sentia que já era hora de seguir em um novo desafio. Na Califórnia, tudo foi mais fácil pelo estado ter grandes cidades e uma rede de transportes já bem estabelecida. Porém, para onde eu queria ir, não tinha nada disso - era tudo bem nebuloso para alguém que não sabia dirigir.​


Ter conhecido o Six Flags Magic Mountain me levou instantaneamente a querer conhecer a outra capital das montanhas-russas: o Cedar Point, que fica na cidade de Sandusky, no estado de Ohio. Sandusky fica a 1 hora de carro de Cleveland e 2 horas de carro de Detroit. Para chegar sem aluguel de carro, tive que bolar uma estratégia a partir dos horários da única empresa de ônibus que atende a região, a Greyhound.



O único horário que batia para eu passar o máximo de tempo dentro do Cedar Point era um ônibus que saía de Sandusky para Detroit às 19:50, já que o ônibus para Cleveland era no meio da tarde. Como eu iria chegar de Detroit no Cedar Point era outra questão, que eu só podia resolver de Uber. Mas era claro, também, que não ia para outro país somente para um parque apenas. Era desperdício de dinheiro investido na passagem aérea, e assim eu decidi que eu iria até onde fosse possível de ônibus, sem me botar em grandes riscos e muitas horas na estrada. Dessa forma, tinha estabelecido que o destino final era Louisville, no Kentucky.

Andar de ônibus pelas estradas dos EUA era algo que poucos americanos faziam, mas sempre tem um doido que faria de tudo para andar de montanha-russa!



A passagem comprada pela Delta era Rio-São Paulo-Orlando-Detroit, e como Orlando era o primeiro destino nos Estados Unidos, foi lá que fiz a imigração. Pela primeira vez na vida, eu não passei direto. Talvez o oficial da imigração não sentiu muita firmeza num jovem turismólogo estagiário que iria passar dez dias no interior do país sem aluguel de carro e em várias cidades. Fui para famosa "salinha", e lá esperei, e esperei. Apesar de ter sido o primeiro a chegar, meu caso foi o último a ser "resolvido". A oficial da Homeland Security conversou comigo em espanhol e inglês, para tentar entender minha viagem. No fim, ela se deu por vencida e acabou me liberando. Mas, nossa! Que sufoco!



Ao chegar em Detroit, peguei um Uber para o meu hotel nos subúrbios da cidade. Só queria dormir para estar preparado para o grande primeiro dia: Cedar Point! Como estadunidenses amam viajar de carro, o Uber que aceitou minha corrida ficou muito feliz com ela, e lá fomos nós até Sandusky. No caminho, vi os famosos celeiros vermelhos de Ohio, o gigantesco lago Erie e quando me aproximei da península do Cedar Point, quase desmaiei. Que sonho foi!


Raptor (verde) e Valravn (laranja) no Cedar Point
Gatekeeper no Cedar Point

A volta de Sandusky foi meio complexa. Não existe serviço de Uber na cidade, então tive que recorrer ao táxi mesmo. Felizmente, o serviço de Guest Services do Cedar Point me ajudou, e em poucos minutos o motorista chegou para me levar ao ponto de ônibus de Sandusky que ficava um posto de gasolina no meio do nada.


O ônibus da Greyhound demorou um pouco, mas não tanto quanto eu imaginava. O serviço é bem inferior ao que estamos acostumados no Brasil, sendo os ônibus bem mais velhos. Todas as avaliações que li na Internet mencionavam a presença de traficantes de drogas entre os passageiros. De fato, dentro do meu ônibus havia alguns. Inclusive, me foi ofertado. Recusei e eles ficaram de boa o ônibus inteiro, exceto quando arranjaram uma briga entre si. Como já sou acostumado no que acontece no Brasil, era só não exercer nenhum tipo de contato visual e ficar na minha.



Top Thrill Dragster no Cedar Point

Cheguei em Detroit tarde da noite já, e ao fazer o caminho com o Uber para chegar ao hotel, passamos pelos pontos da cidade abandonados quando a indústria automobilística saiu da cidade. Era assustador. Muitos prédios de fábricas abandonados, onde famílias arriscavam viver ali dentro sem a menor estrutura. Edifícios industriais que pareciam que iam ruir a qualquer momento. Algumas fábricas ainda sobreviveram, como a Ford.


Depois de um segundo dia de Cedar Point refazendo o mesmo caminho e procedimentos, me dirigi ao aeroporto de Detroit no dia seguinte para pegar um voo com escala em Chicago e que me deixaria em Cincinnati depois. Nessas escalas, você precisa ser esperto na hora de escolher os horários, porque eles podem te fazer conhecer um parque! Eu escolhi o voo de ida chegando às 08:00 em Chicago e o de volta saindo 22:30, para chegar em Cincinnati na meia-noite.


Essa jogada deu para conhecer o centro de Chicago e seus pontos turísticos mais famosos e também o Six Flags Great America, uma das melhores experiências existentes na rede Six Flags. Lotado de montanhas-russas incríveis, posso te garantir que ele foi meu Six Flags favorito até ser superado pelo Great Adventure, cinco anos depois.


Carrossel Columbia no Six Flags Great America
Raging Bull no Six Flags Great America

O Kings Island fica em Cincinnati, uma cidade no sul do estado de Ohio. Foi bem tranquilo sair do aeroporto até o hotel, no centro. Como a maioria das cidades americanas de grande porte fora do litoral, Cincinnati era composta de um médio centro urbano e um imenso subúrbio. O parque Kings Island ficava a 45 minutos do centro, em Mason. Dá para chegar usando o transporte público, porém tinha acordado atrasado e fui de Uber mesmo. Parque incrível, tive um dia absurdo de maravilhoso lá dentro, o que viria a se repetir em 2021.​Depois de Cincinnati, segui novamente de ônibus Greyhound até Louisville, minha última cidade. Dessa vez, foi mais tranquilo até que a outra e cheguei na capital do estado de Kentucky bem rápido. Dia de pausa para compras e conhecer a cidade do frango frito, onde o KFC surgiu.


Diamondback no Kings Island
Banshee no Kings Island

O dia seguinte estava lindo para conhecer o Kentucky Kingdom, parque temático da cidade. Ele foi restaurado completamente após ficar anos abandonado e foi muito legal ter entrado em um parque "renascido". Passei o dia inteiro lá com facilidade, e como já estava na época do parque aquático fechado, tudo estava tranquilo e livre para repetir quantas vezes eu quisesse. O próximo e último parque deveria ter sido o Holiday World, porém, não dirigir impediu essa ida. Como o parque fica em uma cidadezinha remota no estado de Indiana, não existia nem ônibus, nem Uber, nem táxi para lá. Até tentei um aplicativo de caronas, mas vi que não ia rolar mesmo. Resultado: fui me divertir por um segundo dia no Kentucky Kingdom e aproveitei o parquinho itinerante da Kentucky State Fair (um evento muito parecido com as Expo que tem no Brasil). Foi divertido!


Lightning Run no Kentucky Kingdom
Storm Chaser no Kentucky Kingdom

Voltava para o Brasil com a sensação de desafio cumprido. A Tour da Califórnia tinha deslocamentos mais fáceis, e fazer essa foi uma verdadeira prova de como encontrar soluções alternativas e também aceitar que às vezes não tem solução alternativa. Reconhecer os limites é sempre bom, não é?


Se eu puder dar um conselho a você que está lendo esse relato de viagem, é que é possível fazer uma viagem pelos Estados Unidos, mas isso irá restringir muito seus horários e seus alcances. Depois dessa viagem, fiquei inspirado a tirar minha carteira de motorista, porém alguns percalços aconteceram e só consegui ter ela em mãos no final de 2021. Para todas as viagens nos Estados Unidos, não acredito que seja tão necessário gastar dinheiro com hotéis em centros de cidade. 


A hospedagem nesse país é muito diferente da que temos no Brasil, então os hotéis mais baratos podem reservas surpresas desagradáveis. Mais do que nunca, é recomendável ver avaliações na internet. Porém, mantenha um olhar brando, porque muitas reclamações são de situações facilmente contornáveis. Lembre-se sempre: você só precisa de uma cama para dormir.​


A 2016 Fantastic Coasters Tour foi uma viagem exclusivamente para andar de montanha-russa, então os parques selecionados não tinham um grande número delas a toa. Além disso, esse roteiro funciona para você que talvez não tenha tanta disponibilidade de dias assim para fazer uma viagem de 15 dias, por exemplo. Dividir para conquistar nunca foi tão real!


Quanto custa viajar para o Cedar Point e parques próximos?

Data: Agosto de 2016

Dólar americano: R$ 3,80

Período: 9 dias

Número de pessoas: 1


Custos:

1) Deslocamentos

Passagem aérea Brasil-Estados Unidos: R$ 3.100 (via Delta - comprado com 4 meses de antecedência)

Ida: Rio de Janeiro-São Paulo-Orlando-Detroit

Volta: Louisville-Atlanta-São Paulo-Rio de Janeiro​


Passagem aérea Detroit-Chicago-Cincinnati (via United - comprado com 3 meses de antecedência): R$ 980


Passagens rodoviárias:

Sandusky - Detroit: R$ 120

Cincinnati - Louisville: R$ 80​


Média de deslocamento do Uber para o Cedar Point de Detroit (por trecho): R$ 400

Média de deslocamento do Uber do restante da viagem: R$ 180


2) Hospedagem

Detroit (3 noites): Hotel econômico em Southgate - R$ 780

Cincinnati (2 noites): Hotel econômico em Downtown Cincinnati - R$ 510

Louisville (3 noites): Hotel econômico em Downtown Louisville - R$ 810​


3) Ingressos

Cedar Point: R$ 550

Six Flags Great America: R$ 270

Kings Island: R$ 310

Kentucky Kingdom: R$ 210

Kentucky State Fair: R$ 170​


4) DiversosAlimentação: R$ 1000

TOTAL (por pessoa): R$ 8.870,00 (custos 1 à 3) + R$ 1.000,00 (custo 4) = R$ 9.870,00


Roteiro:

1) Chegada em Detroit / Descanso

2) Cedar Point

3) Cedar Point

4) Detroit-Chicago / Six Flags Great America / Chicago-Cincinnati

5) Kings Island

6) Cincinnati-Louisville / Outlet

7) Kentucky Kingdom

8) Kentucky Kingdom + Kentucky State Fair

9) Retorno ao Brasil​


"O fantástico da vida é saber fazer de um pequeno instante, um grande momento."

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