2023 Encanto Colombiano Tour
Cartagena | San Andrés | Pereira | Bogotá
15 de fev. de 2023
10 dias com muita diversão, contato com a natureza, sol, praia e interação com diferentes culturas no país mais encantador da América do Sul!
As ideias que eu tenho de viagem normalmente são pautadas nas montanhas-russas e parques que tem no local que quero ir, e confesso que a Colômbia não era um dos destinos prioritários na minha lista. O principal parque de diversões do país, o Parque del Café, ficava no meu radar por conta de duas montanhas-russas, uma sendo histórica (e rara!) e a outra sendo a mais moderna da América do Sul. Entretanto, sua localização remota me desanimava bastante, o que ajudava a não colocar o país na rota de prioridade, mesmo sendo vizinho do Brasil e grande rota do mercado aéreo.
Mas, no dia 25 de novembro de 2021, a Walt Disney Pictures lançou o filme Encanto, e eu, que já tenho um histórico de ser impactado por filmes da empresa, fiquei completamente maravilhado com os elementos que o filme mostrou. As cores, o misticismo, a cultura, a arquitetura… todos foram fundamentais para construir uma imagem quase que fantástica e lúdica da Colômbia dentro de mim. As músicas, fortemente influenciadas pelos ritmos originários colombianos, ficaram dias e dias na minha playlist “On Repeat” do Spotify.
Impulsionado também pela magia criada pelo filme, um amigo meu que nunca tinha feito uma viagem internacional começou a colocar na minha cabeça a ideia de fazer uma viagem de 10 dias no Carnaval. Como já não aproveito muito os blocos no Rio de Janeiro, aquilo me fez ficar tentado por alguns dias até que decidi bater o martelo e montar, em tempo recorde, um roteiro pelas quatro localidades mais marcantes da Colômbia que gostaríamos de conhecer. Claro que incluí os três parques de diversões de grande porte do país, entre eles, o Parque del Café.
Logo na montagem da viagem eu percebi os benefícios de viajar para Colômbia: para brasileiros, o destino se torna mais barato do que Argentina e Chile para sobreviver em relação a gastos de alimentação, transporte e serviços. Sabia que as passagens aéreas domésticas do mercado colombiano possuem preços bem menores das que são praticadas em trechos curtos no Brasil? Além disso, a conversão entre o peso colombiano e o real é praticamente 1 para 1, o que é um outro ponto super positivo!
Confesso que achei os passeios vendidos pelas agências e operadoras de turismo aqui no Brasil caros. Como um bom turismólogo e viajante que sou, comecei a pesquisar os principais passeios de cada cidade que iria em outras plataformas. Encontrei duas plataformas com bons preços: a Hurb e a Civitatis. Ambas permitem dividir os passeios em longas parcelas, além de ter uma boa variedade.
Mal sabia eu que o país que não estava no topo da minha lista de desejos me surpreenderia a ponto de me encantar perdidamente pelas terras colombianas.
Parte I: Cartagena das Índias
Chegamos em Cartagena no começo da tarde, com o sol ainda pairando sobre a cidade. O aeroporto de Cartagena fica bem no meio de um bairro residencial, e a oferta de Uber e táxi na região é farta. O meio de hospedagem que escolhemos foi um quarto privado de um hostel chamado CastilloMar no bairro Bocagrande. O local é super agradável e bem localizado! O hostel conta com uma grande cozinha para fazer e preparar refeições além de rede para dormir. Bocagrande é um bairro de alto padrão, dominado por prédios e lojas, além de uma incrível orla voltada para a baía de Cartagena.
Mesmo estando no primeiro dia e estivéssemos mortos da longa viagem de avião (foram muitas escalas!), pegamos mais um Uber e fomos para o Centro Histórico de Cartagena. Cartagena tem um trânsito bastante complicado e pegar o transporte público pode ser confuso. Como os trechos de Uber eram baratos, desse dia até o último dia na cidade nos deslocamos através do aplicativo. O motorista nos deixou na Praça do Relógio, ponto de partida do centro histórico.
Exploramos alguns poucos minutos para ver que Cartagena é realmente vibrante. As calçadas da cidade são cheias de pessoas, entre elas, vendedores ambulantes (juro que o que mais falei nessa viagem foi "no, gracias"!), artistas de rap (que fazem rimas com seu nome e depois te pedem grana), vendedores de doces e comidas típicas, e descendentes dos povos originários colombianos (que cobram para tirar foto). As ruelas do centro são cheias de lojas dos mais variados tipos: roupas, esmeraldas, souvenires, comida, perfumes, e muito café. Almoçamos no Restaurante San Valentin, de comida típica colombiana. Gostei muito!
Fizemos um walking tour pelo centro histórico, em que a guia passou explicando a história de Cartagena diante de cada marco existente. O fim do tour foi no bairro Getsemaní, um lugar de Cartagena de alta atividade cultural e noturna, com ótimos bares e barracas do melhor do "podrão colombiano". Nesse bairro, se destacam os drinks, que podem ser comprados por um baixo preço comparado a outros lugares. Mas, o que me chamou atenção mesmo foi uma versão das famosas arepas, iguaria típica que foi retratada como forma de cura no filme Encanto pelos poderes da mãe da Maribel. Terminamos a noite no Hard Rock Café. Para quem gosta de lugares chiques, perto do Hard Rock Café fica o bar Alquimico, que tem um drink famoso na cidade chamado Inquisição. Para entrar no Alquimico, é necessário, pelo menos, um traje esporte fino.
O segundo dia em Cartagena começou num café Juan Valdéz, o café dos cafeicultores colombianos, à beira da praia de Bocagrande (que lembra muito Balneário Camboriú). Seguimos para o Castillo de San Felipe de Barajas, uma fortificação em formato de castelo que foi usada para defender Cartagena de invasores. Compramos o ingresso na hora, e não foi muito demorado. São longas e grandes subidas, e o lugar é imenso, cheio de túneis e calabouços que são muito interessantes (apesar de claustrofóbicos). De diversos pontos do castelo dá para ter uma visão panorâmica da parte central de Cartagena com o mar do Caribe ao fundo - é lindo demais!
Devido ao calor absurdo que fazia em Cartagena, decidimos passar a tarde em um shopping. Para quem gosta de conhecer edifícios diferentões, o Centro Comercial La Serrezuela foi outrora uma arena de tourada! Convertido em shopping de luxo, não tínhamos muito o que fazer lá, mas fiquei alguns minutos admirando como foi feita a transformação. Fomos almoçar no Mallplaza, um shopping center gigante com lojas para todos os gostos. Comprar na Colômbia é muito vantajoso, especialmente porque alguns produtos custam mais barato lá (como brinquedos) e a conversão acaba valendo bastante a pena! Para quem gosta de Burger King, uma das redes de fast-food locais que gostei bastante foi a El Corral, que segue o mesmo padrão.
Para terminar o dia, fizemos o percurso das muralhas da cidade, começando pela extremidade onde está o Serrezuela e indo até o Café del Mar, um restaurante que fica lotado durante o pôr-do-sol e é necessário fazer reservas antecipadas para entrar. De noite, fizemos um dos passeios com jantar pela baía de Cartagena, com direito a entrada, prato principal e sobremesa, além de uma garrafa de vinho. O ambiente do barco/iate era incrível, com música típica colombiana e passando pelas paisagens portuárias e litorâneas da cidade. Sentir a brisa da baía à noite foi simplesmente incrível!
Estava super ansioso para finalmente poder mergulhar no mar do Caribe! A partir do Muelle de la Bodeguita, um dos pequenos portos em frente à Praça do Relógio, seguimos em uma lancha de alta velocidade sobre o mar aberto do Caribe! Foi uma aventura e tanto, especialmente porque eu nunca tinha andado em uma embarcação aberta com aquela velocidade! De tempos em tempos, a água entrava no barco a partir de ondas, molhando tudo! Foram vários banhos até chegar no Arquipélago das Ilhas do Rosário, um arquipélago paradisíaco que fica a 1h e 30 minutos da cidade.
Há muito o que fazer nas ilhas. Você pode pagar o ingresso do Oceanário, um local com shows de animais selvagens ou fazer um mergulho nas águas do arquipélago (vale muito mais a pena!). A água é extremamente límpida, e você consegue ver em alta definição toda vida marinha do local. Por ser mar aberto, a força da corrente é bastante forte, então é recomendável saber nadar para fazer essa atividade, mesmo que ofereçam boia. Esse mergulho está entre um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida!
No caminho de volta para Cartagena, paramos para almoçar na Playa Blanca, uma praia de faixa de areia estreita que tem águas límpidas e turquesa. Como amo água quente, depois que entrei no mar, foi difícil sair! Mas, como estava cheio de fome, saí correndo para comer um dos principais pratos da Colômbia: peixe! O peixe vem inteiro no prato, sendo preciso pegar com a mão e desmanchá-lo para comê-lo em segurança e sem espinhas! Muito doido… Para tudo tem a primeira vez! Por ser um local turístico, tudo em Playa Blanca é cobrado (com um preço bem salgado!), como massagens (que chegam em você de forma aleatória), barracas, cadeiras e mesas!
Na última noite em Cartagena, escolhemos passear pelo bairro de Bocagrande e apreciar como é um bairro residencial de alto padrão na Colômbia. Tudo estava muito tranquilo, com uma linda vista para a baía e seus diversos elementos. Jantamos no Bocagrande Plaza Mall, um pequeno shopping com cinema. Cartagena é uma cidade maravilhosa, e foi a grande responsável por me apaixonar pela Colômbia de forma instantânea. São muitas manifestações culturais diferentes, com uma pluralidade de dar gosto de ver, apreciar e respeitar!
Parte II: San Andrés
Confesso que não imaginava conhecer uma ilha do Caribe tão cedo. Por estar sempre focado em montanhas-russas, pouco pensei em um dia me deslocar às ilhas para fazer turismo. Felizmente, San Andrés era um dos lugares que meu amigo gostaria de conhecer e encaixamos três dias na ilha para aproveitarmos. Te falar que logo na chegada foi paixão à primeira vista! Assim que vi o mar mudar de cor da janela do avião e caminhar pelas bucólicas calçadas do centro, vi que havia quase me teletransportado para um ambiente único. Nossa hospedagem foi a Pousada Smith Town, que possui quartos ótimos para uma estadia na ilha - tínhamos acesso a TV, frigobar, microondas, e boas camas! A pousada fica localizada num pequeno beco na Avenida 20 de Julio. Como já estávamos no meio da tarde, deixamos as coisas no quarto e seguimos para o calçadão da Playa Spratt Bight, a principal da cidade. O primeiro contato com o mar de San Andrés foi muito impactante. Sete tons diferentes de azul tomavam conta do meu olhar, e eu fiquei uns dez minutos somente admirando aquele lindo mar!
San Andrés é uma cidade simples, beirando o rústico. Hoje, quem vive na ilha nasceu nela e sobrevive de alguma atividade econômica característica do local, como pesca ou turismo. O governo colombiano tem um extremo controle sobre quem entra em San Andrés, a começar pela taxa da “tarjeta de turismo” de 118.700 pesos colombianos (a partir de 6 anos), paga no aeroporto de origem, antes de embarcar. É importante guardar a tarjeta de turismo até o fim da estadia na ilha, pois o governo a solicitará para você sair da ilha! Saímos do aeroporto a pé mesmo, e tudo que fazíamos na ilha era assim. Existe a possibilidade de pedir um táxi ou um jeep-táxi (veículos que se assemelham a um carrinho de golfe e anda pela ilha), porém resolvemos economizar dinheiro, já que não faríamos nenhum longo deslocamento. Também dá para alugar moto (com a carteira de carro do Brasil) ou um jeep-táxi.
O centro da cidade é cheio de lojas típicas de cidades turísticas e litorâneas: lojas de itens para turista, lojas de roupa de surfe e skate, lojas de eletrônicos (dá para conseguir algumas boas ofertas!), lojas de produtos importados e lojas de iguarias colombianas. Se eu tivesse vindo com mais dinheiro, juro que teria me acabado de comprar nessas lojas! Ao cair da noite, recomendo muito assistir o anoitecer sentado na areia da praia e sentindo o aumento da brisa marinha!
O próximo dia foi um dos mais esperados: pegamos um barco até Johnny Cay, um dos paraísos de San Andrés. Por conta de estar protegida por uma grande barreira de corais, o mar em San Andrés é relativamente calmo, porém na manhã daquele dia nuvens pesadas tornaram tudo ainda mais emocionante (de novo!). Felizmente, lá pelo meio da tarde elas foram embora e podemos curtir a ilha selvagem de Johnny Cay em paz. De areias clarinhas e água extremamente gostosa, o lugar dá vontade de nunca mais ir embora! O único sinal de civilização na ilha são os restaurantes, que preparam pescados deliciosos e baratos (aproximadamente 45.000 pesos colombianos) e ótimos drinks, como a perfeita Cuba Libre que tomei dentro de um coco. O povo do Caribe não brinca em serviço!
O nosso capitão do barco nos levou até o limite da barreira de corais, para podermos ver um pouco da defesa natural de San Andrés. O mar bate muito e é difícil enxergar qualquer coisa, mas em alguns pontos de água cristalina, dá para ver a infinidade de corais. Seguimos para o Aquário, na ilha de Rose Cay, que estava lotado de turistas que tentavam a todo custo ver peixinhos que não se incomodavam com a presença de tantos humanos invasores ali. O aluguel do equipamento de mergulho é feito no próprio local e é pago somente com dinheiro vivo (pesos colombianos). Uma dica é não ficar muito onde existem pessoas concentradas, assim dá para ver peixes diferentes (que se assustam fácil com uma alta quantidade de pessoas).
Aproveitamos o restante da tarde ensolarada para pegar um sol na praia principal da cidade e andar um pouco mais pelo calçadão. No lado extremo-direito tem dois ótimos pontos de alimentação baratos: o fast-food El Corral e o Beer Station, um restaurante com todas as cervejas colombianas e pratos típicos da ilha. A vista para o mar é hipnotizante, assim como todas as vezes que eu olhava para os diferentes tons de azul. A vida noturna de San Andrés acontece no calçadão mesmo, com turistas e locais dançando reggaeton e ritmos colombianos.
No último dia da ilha, tomamos um café da manhã na Heladeria Artigiani, uma sorveteria no calçadão (ao lado da Domino’s) que oferece ótimas opções quentinhas, como pão na chapa com ovo e recheios! Tiramos o dia para fazer um dos “passeios obrigatórios” de San Andrés: a volta pela ilha em um ônibus chiva, um tipo de ônibus típico colombiano que tem música e incentiva os passageiros a dançar (algo como a nossa “Carreta Furacão”). O percurso demora aproximadamente 4 horas e possui 17,7 quilômetros de extensão. Durante o passeio, o guia-motorista vai explicando a história e algumas curiosidades da ilha. Existem alguns passeios à parte que o ônibus para, como a Casa Museu, uma casa recriada dos primeiros colonizadores da ilha (COP10.000 (R$10,70)); a Gruta de Morgan, uma caverna que abriga a lenda do pirata Morgan (COP20.000 (R$21,40)) e a Piscina West View, um clube de praia (COP6.000 (R$6,40)). Não identifiquei que nenhuma das três atrações são imperdíveis.
O destaque da volta à ilha é o Hoyo Soplador, uma formação natural rochosa em que a água do mar em uma grande onda entra debaixo da rocha e sai na superfície através de um buraco, como um gêiser. A quantidade de água que sai depende da força da onda ao bater contra o quebra-mar, sendo uma surpresa para quem fica esperando um banho! Como esse é um fenômeno 100% natural, é provável que ele não aconteça, já que existem dias em que o mar pode estar calmo. A entrada no Hoyo é gratuita, mas as barracas ao seu redor cobram o consumo de pelo menos um drink (é gostoso!) para permanecer no espaço. Depois do passeio, terminamos os dias em San Andrés olhando, mais uma vez, o anoitecer e os barulhos das ondas na praia principal.
Parte III: Eixo Cafeeiro
A chegada em Pereira, capital da região do Vale do Café colombiano, era amplamente aguardada por mim por dois motivos: queria muito ver os reais locais que inspiraram a equipe da Disney ao criar Encanto e claro, conhecer um dos melhores parques temáticos da América Latina: o Parque del Café. Distante 1 hora e 30 minutos de Pereira, a viagem até o Parque del Café foi através de uma serra, em que já era possível ver muitas fazendas produtoras. Localizado na cidade de Montenegro, o Parque del Café tem 3 montanhas-russas, entre elas a mais moderna da América do Sul, corredeiras, pista de kart, brinquedos emocionantes, passeio a cavalo, show cultural, e claro, muitas plantações de café! O parque é extremamente divertido e foi uma das melhores visitas que já fiz a um parque temático na vida, especialmente por poder realizar meu sonho de andar a cavalo. Para quem gosta de história, o Museu do Café, que fica dentro do parque, conta toda a história do café na Colômbia, desde a chegada até os dias atuais.
O dia seguinte foi em Salento, cidade do Vale do Cocora, que inspirou a vila de Encanto. Fomos em um ônibus super fofo e compacto da Expresso Alcalá partindo da rodoviária de Pereira, que demorou apenas uma hora para chegar numa das vilas coloniais mais lindinhas que já vi. O ônibus deixa na entrada da cidade, em uma pequena rodoviária quase que artesanal! As flores, símbolos de Isabela, personagem de Encanto, estavam por todos os lugares! Todos os edifícios da praça e da rua principal são coloridos, e abrigam lojas de artesanatos, roupas e restaurantes. Do centro de Salento partem passeios para as palmeiras gigantes do Vale do Cocora, uma atividade que infelizmente não conseguimos fazer devido ao curto tempo na reta final da viagem. No lugar em que a casa dos Madrigal foi colocada no filme, fica uma escadaria que leva até o mirante de Salento, onde dá para ver toda a cidade. A paz lá em cima é absurda! Almoçamos em um restaurante de comida típica da praça principal, o Cocora's, que oferece um pescado super gostoso com geleia de pimenta. Seguimos viagem para Bogotá, última cidade da viagem.
Parte IV: Bogotá
A capital da Colômbia é IMENSA, exatamente o que eu esperava de uma das maiores metrópoles da América do Sul. Pela janela do Uber, dava para perceber que cada bairro tinha sua estética, sua história, tipo de arquitetura e ocupação urbana… Bogotá é uma cidade cheia de faces, desigualdades, e pessoas de diferentes tipos, culturas e nacionalidades. Nosso hotel foi o Tequendama Suites and Hotel, em um bairro agradável perto do começo do centro histórico. Começamos o dia andando pela Zona T, área nobre da cidade com lojas de marca e um dos maiores e melhores shoppings da cidade: o Centro Comercial Andino.
No dia seguinte, visitamos dois pontos importantes da história e cultura da Colômbia: a Lagoa de Guatavita e a Catedral de Sal de Zipaquirá. Saindo de Bogotá e subindo a serra que circunda a capital, chegamos à Guatavita, uma cidadezinha bucólica de interior. Perto do centro, fica a entrada para o Parque Laguna Guatavita, uma área ambiental protegida que abriga a lagoa. Durante a caminhada até a lagoa, o guia, descendente dos povos originários da região de Bogotá, explica a história de sua tribo e a relação dela com a lagoa, assim como cada episódio que o local sofreu devido a colonização espanhola e britânica.
A lagoa é linda, e carrega o misticismo dos indígenas. O guia também ensina alguns rituais de seus antepassados, levando todo mundo a refletir sua real ação com a natureza e o mundo. A lagoa é uma das origens da lenda do Eldorado, uma cidade feita de ouro. Em Guatavita, aconteceu um saque em massa de ouro por parte dos colonizadores já que um rituais antigos da tribo resultava no acúmulo de ouro ao fundo da lagoa. A lagoa esvaziou, e somente aos poucos voltou à vida. Ainda é possível ver a fenda aberta pelos colonizadores para escoar o mineral.
A próxima parada foi Zipaquirá, uma cidade que lembra muito Ouro Preto (MG). A principal atividade econômica da cidade é a extração de sal das minas subterrâneas. Enquanto exploravam sal, os operários construíram uma enorme catedral nos corredores das minas, com cada ponto da Via Sacra sendo representado dentro da mina por combinações de rochas e minerais. As três naves da catedral (parte central) são imensas, com as luzes dos LEDs fazendo um show à parte na iluminação de cada aposento. A energia dentro do lugar é um pouco pesada, acredito que seja pelo fato de ser subterrâneo. De toda forma, uma bela obra de engenharia!
O último dia foi uma mega correria! Você faria dois parques de diversões no mesmo dia? Difícil essa missão, né? Infelizmente, devido a uma mudança repentina nos voos, tivemos que fazer os dois parques de Bogotá juntos no mesmo dia, e o pior, num domingo! Acordamos bem cedo e começamos a andar pela Carrera 7, uma das vias do centro histórico que aos fins de semana, fica aberta somente ao tráfego de pedestres. Nela, já podíamos ver a pluralidade de Bogotá em seus diversos tipos de edíficio e pessoas que caminhavam. A Carrera 7 possui ao seu redor muitos pontos turísticos legais, como o Parque de la Independencia, o Museu de Arte Moderna de Bogotá, a Igreja de Nuestra Señora de las Nieves, o Museu Internacional da Esmeralda, a Igreja de São Francisco e o Museu do Ouro. Seu final é na Praça de Bolívar de Bogotá, onde estão os principais edifícios governamentais de Bogotá, como o Capitólio Nacional, o Palácio de Justiça, a Prefeitura da cidade, e a Presidência. A Basílica de Bogotá, que também fica na praça, é um edíficio da época colonial.
O Museu do Ouro é um dos principais atrativos turísticos de Bogotá e impressiona pela grandiosidade de sua exposição. É considerado um dos maiores museus de ouro do mundo, e um dos principais. Seu acervo é constituído de trabalhos pré-colombianos que utilizam como matéria-prima fundamental o ouro da região, necessariamente ligados à rotina e ao cotidiano de seu povo, exposto em salas no segundo e no terceiro andar. O museu divide suas exposições através dos diferentes uso do ouro através dos tempos no território colombiano, começando pela metalurgia e mineralogia pré-hispânica, e indo pelos períodos de uso do ouro no artesanato e em adornos, uso para tradução de pensamentos e sentimentos, e por último, no uso de oferendas, onde o ouro voltava à Terra.
O primeiro dos parques foi o Salitre Mágico, um lugar com uma atmosfera muito parecida com a do Playcenter. Ele está instalado bem no meio de Bogotá, e do alto de seus brinquedos dá para ter uma noção da imensidão que é a capital colombiana. Brinquedos clássicos compõem o quadro de atrações do Salitre, como chapéu mexicano, torre de queda livre, labirinto do terror, splash, pista kart e infantis. O destaque são as duas montanhas-russas, Magnus e Doble Loop. Cada uma com duas inversões, são experiências bastante intensas e que adorei! O Salitre Mágico é uma ótima opção do que fazer com crianças ou adolescentes em Bogotá! Tem atrações para todo mundo!
Do outro lado da cidade, o Mundo Aventura é um parque menor, mas com atrações totalmente diferentes do Salitre Mágico, o que faz com que ambos se complementem. Como saí correndo do Salitre para ir ao Mundo Aventura sem perder o voo, acabei tendo apenas duas horas para curtir o parque. Foi o suficiente para ver seus ótimos brinquedos, como uma montanha-russa no escuro, uma torre gigantesca de queda livre que sobe de forma acelerada e permite ver uma vista de tirar o fôlego do topo, além de outras atrações radicais, familiares e infantis. Destaque para o pêndulo giratório gigante, splash, e um navio de balanço reverso - um dos brinquedos mais assustadores de toda a América do Sul! As crianças têm uma área exclusiva para elas, assim como atividades educativas e descobertas. Sendo um parque completo, apesar de seu tamanho, o Mundo Aventura é uma ótima opção para toda família em Bogotá.
Acabei a viagem da Colômbia em completo êxtase e totalmente encantado com o que o país me ofereceu em apenas 11 dias. Todos os dias foram muito intensos, e cheios de coisas novas para se descobrir! A cultura colombiana é presente em absolutamente em todos os lugares, e é impossível você não deixar se envolver! Uma viagem para Colômbia é capaz de agradar todos os tipos de turistas, sejam aqueles que buscam por sol, que buscam por serra, que buscam por aventuras, ou que buscam história e cultura. Foi uma viagem leve, alegre, cheia de energia, em que cada lugar tinha sua própria forma de exaltar e mostrar seu encanto colombiano.
Quanto custa viajar para a Colômbia?
Data: Fevereiro de 2023
Período: 11 dias
Número de pessoas: 2
Custos:
1) Deslocamentos
Passagem aérea Rio de Janeiro-Bogotá-Rio de Janeiro: R$ 2.200 (via Latam)
Passagem aérea Bogotá-Cartagena: R$ 375 (via Latam) Passagem aérea Cartagena-San Andrés: R$ 331 (via Latam)
Passagem aérea San Andrés-Pereira: R$ 329 (via Viva)
Passagem aérea Pereira-Bogotá: R$ 307 (via Viva)
Preço médio de cada deslocamento via Uber: R$ 20
2) Hospedagem (dividido por 2)
3 noites no CastilloMar Hostel em Cartagena: R$ 430
3 noites na Posada Smith Town em San Andrés: R$ 667
2 noites no Gran Hotel em Pereira: R$ 239
2 noites no Tequendama Suites em Bogotá: R$ 549
3) Ingressos e passeios
Ilhas do Rosário: R$ 329
Cruzeiro com Jantar em Cartagena: R$ 171
Johnny Cay + Aquário: R$ 90
Chiva em San Andrés: R$ 55
Parque Nacional del Café + Transfer ida e volta: R$ 345
Guatavita + Catedral de Sal: R$ 355
Salitre Mágico: R$ 60
Mundo Aventura: R$ 70
4) Diversos
Comida: R$ 2500
TOTAL (por pessoa): R$ 6.902,00 (custos 1 à 3) + R$ 2500,00 (custo 4) = R$ 9.402,00
Roteiro:
16/fev - Chegada em Cartagena / Explorar o Centro Histórico + Getsemaní
17/fev - Castillo San Felipe de Barajas + Centro Histórico + Cruzeiro com Jantar
18/fev - Ilhas do Rosário
19/fev - Chegada em San Andrés / Praia Spratt Bight
20/fev - Johnny Cay + Aquário
21/fev - Volta à Ilha de San Andrés em Chiva
22/fev - Chegada em Pereira / Explorar o centro de Pereira
23/fev - Parque del Café
24/fev - Salento /Chegada em Bogotá
25/fev - Guatavita + Zipaquirá
26/fev - Centro Histórico de Bogotá + Salitre Mágico + Mundo Aventura / Retorno ao Brasil
"Colombia, te quiero tanto, que siempre me enamora tu encanto"
Carlos Vives, para o filme Encanto da Disney