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Foto do escritorRaphael Figueiredo

Parque Marisa

Existe no mundo do turismo a crença popular de que é muito difícil conhecer São Paulo em sua totalidade devido a seu gigante leque de atrativos. Alguns deles ficam bem longe da região central, o que acaba desanimando a maioria dos exploradores da capital paulista. Porém aqueles que têm coragem para seguir em frente sempre, se deparam com pequenas joias escondidas, como o Parque Marisa.

Itaquera por muitos anos não se identificava como um bairro pronto para receber turistas, tampouco esperava ver uma arena gigante de futebol da Copa do Mundo ser construída bem em frente à sua estação de metrô, terminal da Linha 3-Vermelha. Tudo mudou no bairro a partir de então, com a chegada de mais visitantes ilustres mesmo depois da Copa. Perto dali, o Marisa recebia aqueles que procuravam por uma diversão clássica, e acabava os surpreendendo de forma muito positiva, como foi comigo.

“Tamanho não é documento” é um ditado que cai bem no Marisa. Apertado entre alguns viadutos, o parque é um conjunto de atrações tradicionais, recheado de muita luz colorida e maçã-do-amor. Muitos vendedores de souvenires baratos, como pelúcias de filmes da Disney, orelhinhas da Minnie que acendem e balões encantam as crianças mesmo antes de entrar no parque. E o que mais chama a atenção do lado de fora é o Kamikaze.

O Kamikaze é um brinquedo espalhado por todo o Brasil, mas posso afirmar que o Marisa tem um dom de ter em seus brinquedos algo especial. Primeiro, ele já mostra o padrão de conservação excelente do parque: não se vê uma única pintura gasta, arranhão, ferrugem ou lâmpada queimada. Além disso, como seus vizinhos, está apoiado em fundações de concreto, que permite o equilíbrio perfeito.

Com muitos giros por ciclo, sua operação deixa o parado em 90 graus em relação ao chão, ou seja, completamente na vertical, por alguns (muitos) segundos. Confesso que sempre tive medo de Kamikazes, especialmente pelo histórico negativo de segurança do brinquedo e nunca cheguei a ir em um até chegar no Marisa. Visto o estado excelente do brinquedo, meu medo foi quebrado e senti uma adrenalina absurda, algo que já não sentia há um tempo em uma atração de parque de diversões.

E não foi só o Kamikaze que me deu uma sensação legal de adrenalina. Sua vizinha, a torre Turbo Drop, já era um modelo conhecido por mim do Parque Mutirama e do Parc Magique, porém lembra que eu disse que tudo no Marisa é especial? A Turbo Drop, além de maior, sobe em uma velocidade superior as torres dos parques mencionados acima. O mais legal das torres desse tipo, é que por conta dela girar enquanto sobe, você perde um pouco a sensação de direção, e o susto na hora de cair é mais forte que em torres grandes como a Big Tower do Beto Carrero World. Fora isso, sua trava tem uma arquitetura diferente, fazendo o airtime ser maior.

Eu pensava que meu estoque de surpresas já havia acabado quando a Super Montanha-Russa jogou isso por terra. Meus amigos já haviam avisado: “você nunca foi numa Galaxy igual à essa”. E não tinha ido mesmo. O brilhante trem amarelo que me aguardava possuía apenas uma trava de colo, o que já achei estranho para uma Galaxy, visto que ela tem uma força negativa muito forte em suas colinas (o normal são os coletes sobre os ombros). Resultado: enquanto nas outras Galaxys você sente um pequeno airtime, nessa você QUICA forte no banco, tamanha velocidade do carrinho aliada à trava de colo. SENSACIONAL!


Nota: “Galaxy” é o modelo da montanha-russa, sem loop, presente majoritariamente em parques itinerantes como o Millennium e o Playcity.

Nossa próxima parada foi o Barco Viking, balançante como sempre. O Marisa ainda dispõe de outros brinquedos tradicionais, como o Crazy Dance (cuja música ditava o ritmo do parque), os elefantes que sobem e desce do Jumbo, trem fantasma e roda-gigante. Muitos simples brinquedos infantis lotavam o parque, junto com o trenzinho, carrossel e duas pistas de bate-bate.

A alimentação do Marisa fica por conta de uma lanchonete com uma variedade imensa de salgados, e os clássicos quiosques de maçã-do-amor, algodão doce, pipoca e sorvete. Aliás, experimentei um sorvete de creme com cobertura de abacaxi tão gostoso, mas tão gostoso, que se pudesse comprava todo o quiosque.

O ambiente é muito divertido, e remete imediatamente aos tempos nostálgicos dos parques de diversões de beira de estrada cheio de luzes. Entretanto, pelo seu tamanho e a quantidade de gente que se recebe, uma visita ao parque no seu horário de pico (a partir das 18h) é bastante desconfortável. Vale destacar que o atendimento para comprar ingressos é bem rápido.

Apesar do Marisa ter atrações bem divertidas e com sensações maravilhosas, todas elas são muito conhecidas pela maioria das pessoas que já tiveram contato com um parque de diversão na vida. Valeria à pena investir em atrações diferentes que caibam no espaço, assim o parque teria ainda mais projeção em São Paulo. É importante ressaltar que suas filas são rápidas ou inexistentes mesmo em horário de pico! Sendo assim, é possível aproveitar o parque durante todo seu horário de funcionamento (15h às 23:30).

Por ser um parque popular, os preços do Marisa são muito convidativos, visto que uma cartela com 10 ingressos (R$40) permite ir em todas as atrações e ainda repetir a favorita. Um começo de noite no Marisa é perfeito para já deixar as energias à mil objetivando uma possível futura madrugada no centro da cidade.


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Resumão do Parque Marisa:

Alimentação: Fast-food e doces.

Como chegar: Carro ou Uber são sempre opções, mas recomendo chegar de transporte público através da estação Corinthians-Itaquera (Linha 3-Vermelha) e de lá pegar um Uber ou o ônibus 374V-10 na plataforma C da estação.

Dica campeã: A partir das 18h é sempre mais divertido! O parque já está um pouco mais cheinho nesse horário, dessa forma não é necessário esperar muito para encher as atrações.

Filas: tranquilas (-30 min).

Melhores atrações: Crazy Dance, Kamikaze e Super Montanha-Russa.

Melhores meses para visitar: Todos.

Preço: R$ 40,00 (10 brinquedos)

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