O Brasil não é um país que pode se orgulhar de uma história ligada aos parques de diversões. Tivemos, e ainda temos, um número muito ínfimo comparados à países com territórios grandes semelhantes ao nosso, como Estados Unidos e China. Todavia, no Rio de Janeiro, um parque desde do começo do século XX ajudou a escrever o pouco que temos de história. Instalado por vários lugares desde sua inauguração, como a Quinta da Boa Vista, o Parque Shanghai fez sua última mudança para o Largo da Penha, onde funciona até hoje.
Os tempos mudaram. A Zona Norte do Rio de Janeiro outrora escondida, mostrou a sua cara turisticamente à muitos visitantes da cidade maravilhosa. Guarda, inclusive, a Igreja de Nossa Senhora da Penha, conhecida nacionalmente pelas suas longas escadarias. Hoje, temos um bonde que leva até o topo, e ao lado da estação do bonde está o Parque Shanghai. Bem em frente aos dois, está uma estação do BRT, o sistema de ônibus rápido do Rio. Ao redor, dezenas de lojas de comércio popular.
Esse cenário monta a situação perfeita para um turismo de massa, sendo possível levantar dinheiro suficiente para a população. Infelizmente, a falta de estratégias conjuntas entre as atrações e a Prefeitura prejudica o andamento dos estabelecimentos, que talvez seja o motivo do Parque Shanghai estar completamente parado no tempo.
O esquema para entrar no Shanghai é igual ao utilizado pelos parques à beira-mar da Califórnia. Paga-se por atração ou compra-se uma pulseira que te dá o direito de ir em todas. Como era minha primeira vez no parque, optei pela pulseira. Sua entrada era um pequeno portal castigado pelo tempo.
As primeiras atrações à serem vistas foram o Carrossel, muito antigo e sem suas lâmpadas, o Interprise, um brinquedo giratório em diagonal muito rápido e divertido, a Búfalo, uma montanha-russa muito pequena e uma pequena atração de arvorismo. Logo nessas atrações já era possível um clima “sem-vida” rodeando o Shanghai inteiro. O que tinha de mais vibrante era o labirinto de fila do Interprise, pintado recentemente de azul e laranja. Todo o resto parecia ter perdido a sua cor, desbotando à medida que passa.
O ambiente do Shanghai é realmente precário. Estruturas com tijolos à mostra, sem climatização, pinturas amadoras (quando não desgastadas), problemas com insetos e cenários de gosto duvidoso. Felizmente, não notei precariedade em suas atrações, ou seja, ferrugens à mostra, travas em péssimas condições ou qualquer falha mecânica. Aliás, elogios à equipe de manutenção do parque por ter consertado à Búfalo em poucos minutos.
Muito difícil é a situação do Trem Fantasma do Shanghai, com elementos temáticos ruins, buracos na estrutura da atração e sem nenhum susto. A graça fica na velocidade extraordinária para um brinquedo desse tipo, similar até uma montanha-russa, rendendo muitas gargalhadas. O labirinto de espelhos próximo dali sofre com problemas parecidos.
É possível perceber que o Shanghai tenta amenizar a situação com atrações novas menores, como pequenas versões da Xícara Maluca e do Crazy Dance. Esses tipos de brinquedos não são adequados para um parque de diversões, e sim para um buffet de festas.
O Navio Pirata é pequeno, mas alcança alturas bem legais, sendo um pouquinho intenso. Mas não tanto quanto a montanha-russa Dragão, o maior brinquedo do Shanghai. Ela tem o mesmo percurso da Bat-Hatari do Hopi Hari, e dá 3 voltas. Rápida, suas curvas são bens desconfortáveis para os quadris, assim como a Búfalo. Aliás, sua diferença para Búfalo é que ela possui uma curva circular a mais. Essa montanha-russa acabou se tornando muitíssimo especial para mim por ter sido a centésima que andei em minha vida! <3
O Shanghai possui dois bate-bate, um com uma área gigante e destinado à todas as idades, e outro exclusivo para crianças. O Shanghai consegue encantá-las, à medida que se divertem junto com seus pais em trenzinhos, no Minhocão e nos elefantes que sobem e descem, clássico brinquedo de parques de diversões inspirado no Dumbo dos parques Disney.
A alimentação do Shanghai é melhor do que eu esperava. O parque oferece pizzas, batatas fritas, sanduíches e o mais delicioso churros que já comi nesse planeta. O Shanghai também oferece, maçã-do-amor e algodão doce.
Várias festas de aniversário estavam sendo realizadas durante a visita, o que contribuía bastante para o público. Vale ressaltar que o Shanghai não sofria com filas no período da tarde, sendo seu horário de funcionamento (14h às 22h) mais do que suficiente para andar em todas as atrações.
O Parque Shanghai apesar de seus problemas, é um velho conhecido da população local, e não demora para perceber a alegria dos visitantes nos brinquedos. A visita ao parque à noite muda o ambiente do local, invadido pelas luzes dos brinquedos e tendo suas falhas estéticas mascaradas pela escuridão. Caso a diversão esteja na sua alma, não custa muito, depois de uma visita ao Santuário da Penha, dar uma conferida no parque de diversões mais antigo do Brasil.
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Resumão do Parque Shanghai:
Alimentação: Fast-food e doces.
Como chegar: Carro ou Uber são as melhores opções, porém existe a possibilidade de chegar via BRT descendo na estação Penha I.
Dica campeã: O Parque Shanghai fica vazio no início da manhã, porém a tarde já está lotado de famílias e crianças! Vá depois do almoço! Não saia muito tarde do parque (mais de 20h) por questões de segurança.
Filas: tranquilas (-30min).
Melhores atrações: Bate-Bate, Dragão e Trem Fantasma
Melhores meses para visitar: Todos
Preço: R$ 30,00
Site oficial: https://www.facebook.com/parqueshanghaioficial
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