Quanto vale um parque de diversões para você? Sei que a pergunta parece estranha, mas quanto de nós não fazemos contas antes de visitar um parque para refletir se o nosso dinheiro será bem gasto? Você pegaria um avião para ir a um parque bem pequeno com alguns brinquedos, mas que tivesse um certo valor histórico? Foi dizendo sim a essa pergunta que embarquei em direção ao Selva Mágica.
O Selva Mágica é o parque de diversões da cidade de Guadalajara, um dos principais polos urbanos do México. Localizado no extremo norte da cidade, é bem longe do aeroporto, que fica no extremo sul. A dica é parar antes no centro da cidade, a Plaza de Armas, para conhecer os edifícios históricos mais lindos de Guadalajara antes de ir para o Selva, a fim de evitar um trajeto muito longo inicialmente de Uber.
O parque é vizinho do zoológico e do aquário de Guadalajara, o que faz do local um pequeno polo turístico. A população tem um enorme carinho com o parque, e desde do início do dia já contava com um bom número de visitantes.
Deixamos para comprar o passaporte na hora, porque comprar pela Internet sendo do Brasil é uma tarefa praticamente impossível. Como queríamos andar muito na Bullet, a atração mais icônica do Selva Mágica, compramos o passaporte VIP que custa aproximadamente R$ 125, e que vem com uma refeição de "bônus".
Confesso que vai para trás com o preço, mas já que eu estava na chuva, que eu me molhasse. O Selva Mágica com certeza não era um parque de R$ 125, no máximo, uns R$ 60, mas os momentos históricos que eu estava prestes a viver na Bullet me davam força... hahahaha
Ao entrar pela entrada tribal, o primeiro choque: a Bullet estava em manutenção. Como chegamos no parque pontualmente no horário da abertura, às 10h, achávamos que a Bullet teve apenas algum contratempo. Enquanto isso, fomos na Titán, uma montanha-russa japonesa super estranha. O percurso era estranho, o trem era estranho... mas de seu topo deu para ver uma boa parte de Guadalajara, o que amei!
Agora vem a parte engraçada (ou nem tanto assim): depois da Titán, resolvemos dar uma volta no parque para conhecê-lo e acredito que o Selva Mágica foi um dos menores parques que fui na vida. Muito pequeno mesmo! Quando terminamos, ficamos marcados em frente a um banco na Bullet esperando ela abrir. Esperamos aproximadamente 2h30 para ela abrir às 14h pontualmente. Estávamos totalmente exaustos de tanto esperar mas quando vimos a fila abrir foi como uma dose enorme de adrenalina direto no coração.
Fomos na Bullet e... foi uma experiência horrível. A montanha-russa tem uma força G extremamente forte devido ao seu percurso compacto, trava de ombro desconfortável, e a velocidade que é lançada pelo Looping. O percurso é maravilhoso: ela tem um estilo vai-e-volta, o trem passa por debaixo da estação e você para embarcar, tem que entrar num trem inclinado. Andamos na história! A Bullet foi a única desse modelo no mundo e não sabemos até quando ela vai operar. Nossa missão havia sido cumprida!
Mas a pior parte veio mesmo na saída: não havíamos reparado numa plaquinha no portal de entrada da atração que dizia: "A Bullet abre às 14h". Só podíamos rir. Chorar em peso mexicano era o que eu não ia fazer. Afinal, tínhamos conseguido ir na Bullet de qualquer jeito, mais de uma vez.
Seguimos em direção ao Batflyer, um brinquedo mega estranho que é único no continente americano. Basicamente ele sobe e desce na diagonal, como o Terminator do Tivoli Park, mas sem virar de ponta cabeça (ufa!). Ele pega uma altura considerável, e nas partes que ele ficava na diagonal, eu realmente urrava de medo!
O próximo era a Nao de China, um barco 360° igual ao que o Beto Carrero World tinha no passado (Traum Boot). Respirei fundo e refleti por uns minutos antes de ir nessa coisa, mas quando finalmente tive coragem, me encantei com a experiência, que foi muito melhor do que brinquedos semelhantes como o Phoenix do Busch Gardens Tampa. Os ombros não são tão machucados pela força G, e você consegue aproveitar o fato de você estar a metros do chão de cabeça para baixo melhor.
Passei direto pelo Rock & Roll, clássico brinquedo estilo bicho-da-seda só que suspenso, como o do Nicolandia em Brasília. O que me interessava mesmo era o Aladino, um tapete mágico raiz! SOCORRO! O negócio era muito rápido, mas tão rápido que a gente era catapultado lá na hora que ele subia e descia! Simplesmente não tinha nenhum controle sobre meu corpo, e senão fosse a trava, com certeza iria sair voando para fora do parque. Muito forte!
Na sua frente estava o Cantiflas, um passeio interativo que leva o nome de um famoso humorista mexicano, e simula uma volta ao seu passado através de um trenzinho motorizado com televisões que passam um vídeo interativo. A fila é um show à parte: várias notícias do humorista!
O último brinquedo que fomos foi o Los Troncos, passeio de barquinhos em formato de troncos que passa por um monte de árvores e na queda, simplesmente te catapulta para frente, fazendo você bater com tudo no coleguinha da frente se você tiver sentido atrás. Sensação deveras inesquecível, mas que rendeu boas risadas!
Infelizmente o Troika e a montanha-russa Jubilé (Galaxy, montanha-russa muito comum no Brasil) estavam fechados para manutenção. Como não estávamos no clima de gastar mais dinheiro para percorrer o percurso de arvorismo do Comando nem a pista de Kart, seguimos para a outra extremidade do parque onde estava os personagens da Vila Sésamo.
Essa área é muito bem conservada e bastante colorida. Os brinquedos da Vila Sésamo são sensacionais para crianças pequenas e elas amam os cenários. Admito que deu aquela nostalgia de voltar a ser criança e poder brincar em tudo aquilo sem compromisso! Aliás... a nostalgia foi tão forte que fomos na atração de terror, que nos rendeu boas risadas!
A alimentação do parque não é grande coisa, mas tinha um novo ponto de comida que podíamos trocar nosso vale e oferecia opções da culinária italiana. Pegamos um fettuccine alfredo bem simples, com apenas uma folhinha de hortelã em cima para dar um charme. Mas, já me alimentei bem pior em um parque. Quando comemos batatas fritas, também não achamos ruim. Ponto para o Selva Mágica.
Ventos muito doidos me levariam de volta para o Selva Mágica, mas super encorajo você que estiver disposto a conhecer e fazer parte da história das montanhas-russas ao andar na Bullet, a ir. Além do parque ser gostosinho e ter umas atrações diferentonas, Guadalajara é uma cidade cheia de coisas históricas e culturais mexicanas para se fazer!
---
Perguntas frequentes:
Onde fica o Selva Mágica?
O parque temático Selva Mágica fica em Guadalajara, Jalisco, no México.
Como chegar no Selva Mágica?
O aeroporto mais perto do Selva Mágica é o aeroporto da cidade de Guadalajara (GDL). Para chegar ao Selva Mágica, recomendo ir de carro ou Uber.
Quais são as melhores atrações do Selva Mágica?
Bullet, Aladino e Nao de China.
Quais são os melhores meses para visitar o Selva Mágica?
Abril a Junho e Setembro a Novembro.
Qual é a melhor ordem para fazer as atrações e brinquedos do Selva Mágica?
Priorize a Bullet! O resto, você pode fazer de acordo com a sua preferência.
Qual é a melhor dica para o Selva Mágica?
Chegue por volta de 13:00 para ser um dos primeiros a andar na Bullet!
Que tipos de comida estão disponíveis no Selva Mágica?
Fast-food (americana, mexicana e italiana).
Quanto custa o Selva Mágica?
O passaporte VIP (que inclui a Bullet e mais uma refeição) de 1 dia é aproximadamente 449 pesos mexicanos (R$ 125).
Qual é a duração das filas no Selva Mágica?
Tranquilas (-30min).
Qual é o site do Selva Mágica?
Comments