Quem mora no estado de Ohio, nos Estados Unidos, é abençoado pelos deuses da montanha-russa. Quatro horas de distância separam Cedar Point e Kings Island, e sendo assim, visitar o Cedar Point sem esticar para o Kings Island seria um crime. O segundo maior parque do estado de Ohio também é da mesma rede do Cedar Point, a Cedar Fair. Era possível encontrar muitas semelhanças entre os dois parques, especialmente pela turma do Snoopy e as incríveis montanhas-russas. Sério, eu estava num paraíso de montanhas-russas, e o Kings Island se mostrou muito mais que isso.
Essa era minha segunda vez no Kings Island, e a animação para andar na Mystic Timbers e na Orion, as duas montanhas-russas novas do parque desde então, estava gritando! Ao passar pelos portões, me deparei com a maravilhosa International Street, uma rua principal tematizada com a arquitetura de alguns países da Europa e do próprio Estados Unidos, e que estava toda decorada para o evento Grand Carnivale. O ambiente da rua era muito charmoso, com bonitos chafarizes ao longo dela, e a torre de observação réplica da Torre Eiffel ao fundo.
Por mais que eu quisesse apreciar todo charme da International Street, fiz o dever de casa de todo aventureiro e louco por parque de diversões e fui correndo para a Action Zone, aonde estava a maior montanha-russa invertida do mundo, Banshee. A montanha-russa é construída tematicamente ao redor da lenda das Banshees, criaturas sobrenaturais que conseguem sentir a morte antes dela acontecer, soltando gritos muito poderosos.
Para minha surpresa, enquanto eu terminava de subir os 50 metros de altura da Banshee, um estridente grito foi solto do topo da montanha-russa antes dela cair, dando uma sensação bem legal de imersão. Depois disso, foi só passar pelas sete inversões incríveis, ficando de cabeça para baixo à 110 km/h. Rapidamente ela se tornou a melhor montanha-russa invertida que já andei até hoje, batendo até mesmo a minha queridinha Montu, do Busch Gardens Tampa.
Pertinho dela, outra invertida inédita me aguardava: Invertigo. Essa montanha-russa tem o mesmíssimo percurso da Boomerang, só que com trilhos invertidos. Além disso, o seu trem coloca os passageiros de cara-a-cara um com o outro. Achei a proposta da montanha muito legal, apesar de ser bastante intensa (como a Boomerang) e incomodar um pouco com a bateção de cabeça generalizada. Gosto de montanhas-russas com bastante força G, então eu curti a experiência no total.
Para fechar as montanhas-russas da Action Zone, andei na The Bat. A The Bat é uma montanha-russa suspensa, isto é, os vagões balançam à medida que o trem faz o percurso. É muito gostosinha de andar, especialmente para famílias, e em alguns momentos ela pega uma velocidade muito boa, que me arrancou alguns gritos de emoção. Melhor desse tipo que já andei!
Antes de sair da Action Zone, conferi a Drop Tower e o Congo Falls, um splash com queda dupla! Mas o ponto alto foi o Delirium, um megafrisbee. Foi SENSACIONAL! A altura que ele vai é muito maior do que é possível perceber de fora, e por ele dar balançadas mais espaçadas, foi possível curtir a atração todinha sem sentir fortes enjoos ou dores de cabeça. Eu amei, queria ficar repetindo várias vezes! Esse tipo de frisbee é bem menos intenso que o Thunder do Mirabilandia, por exemplo, apesar da altura. Por ser mais tranquilo, é muito mais fácil você querer repeti-lo, como eu quis!
A próxima parada foi a Adventure Express, uma montanha-russa estilo a Expedition Everest do Animal Kingdom. A atração tem uma história, da exploração de uma tumba, e contém alguns efeitos especiais (que já viram dias melhores). A atração é imperdível para famílias! Suas curvas são bem gostosinhas e ela pega uma velocidade boa.
A área de Coney Mall presta homenagem ao parque de diversões que deu origem ao Kings Island, tendo um tema clássico de arquitetura vitoriana dos Estados Unidos no século XX. Tudo muito lembra os parques clássicos, e a área é cheia de brinquedos nostálgicos muito divertidos, como o Polvo, Scrambler, Bate-Bate e o Chapéu Mexicano. Essa área foi a que mais sofreu transformações, com a chegada da Orion e remoção da Vortex.
Uma das montanhas-russas da área é a The Racer, uma montanha-russa de madeira dupla e corredora. Fiquei super animado que os dois lados da montanha-russa estavam funcionando, o que permitia fazer com que os trens apostassem corrida! Foi ótimo curtir o seu percurso cheio de altos e baixos! Não senti muita sensação de airtime, a sensação de sair do banco, mas a achei divertidinha! Como queria uma dessas no meu país, eu AMO montanha-russa de duelo!
O Kings Island inaugurou em 2020 uma nova área temática, Area 72: uma base espacial com experimentos estranhos. A Firehawk, montanha-russa voadora que andei em 2016, saiu para dar a espaço a uma besta espacial de aço chamada Orion! A outra montanha-russa da área, a Flight of Fear, já tinha um tema especial, mas teve toda sua temática refeita e atualizada para ser uma base que sofreu uma invasão alienígena. Completamente no escuro, seu modelo é uma "tigela de espaguete", isto é, seu percurso é tão entrelaçado que parece mais um macarrão numa tigela! Foi INCRÍVEL sentir seus 86 km/h em inversões tão loucas e curvas tão perto uma da outra. Uma das minhas favoritas do parque!
Ir na Orion era uma das minhas maiores expectativas em toda viagem. Ir numa giga montanha-russa é raro, ir numa giga montanha-russa em um parque que você está indo pela segunda vez enquanto mora no Brasil é mais raro ainda! É um momento que você agarra na corda da gratidão e não para de agradecer ao Universo do momento que você sai da estação até a seção de freios. Encarar os 87 metros de altura, os 91 metros de queda, a velocidade de 146 km/h e os inúmeros momentos de airtime completamente ejetor durante os três minutos de Orion foi, de fato, um dos pontos mais altos de toda viagem.
Segui em direção ao Windseeker, uma torre gigante com assentos giratórios. Eu curti a sensação de estar rodando similar a um chapéu mexicano a 92 metros de altura, mas a atração só é aterrorizante mesmo para quem tem medo de altura. Fora isso, é só um passeio muito alto com a apreciação de uma bela vista da região rural de Cincinnati.
Em 2016, eu fui com altas expectativas para a The Beast. Durante toda a minha vida dedicada aos estudos dos parques de diversões, eu ouvia vários relatos sobre essa montanha-russa como uma das principais e melhores montanhas-russas de madeira do mundo. Realmente, ela é a mais extensa do mundo. Foi ótimo ter a sensação de que o percurso nunca ia acabar! Mas, ao mesmo tempo, naquela época, uma tortura! Entretanto, o parque melhorou muito em cinco anos a forma da montanha-russa, e a experiência em 2021 foi maravilhosa! Mudou completamente a minha opinião sobre a The Beast. Ir nela é um momento lendário!
A próxima montanha-russa é uma delícia e uma das minhas favoritas do Kings Island. Tão delícia, que eu repeti mais de 4 vezes seguidas! A Diamondback é uma hiper montanha-russa, com 70 metros de altura e velocidade máxima de 130 km/h. Tive a sensação de ser catapultado do assento várias vezes, sendo segurado só pela trava de colo. São vários sobes e desce deliciosos, que te faz um vento maravilhoso na cara! Mesmo com a irmã maior Orion, a Diamondback tem um público fiel.
Você ir num parque estrangeiro e ver tapumes escondendo uma área de obra para a próxima atração do ano dá aquela sensação de pontada no coração, que é como "puxa, por pouco!". Foi assim que eu me senti ao ver a obra da Mystic Timbers em 2016. Descobrir finalmente o que tinha dentro do galpão foi mais um ponto alto da minha visita, fora o percurso extremamente sensacional da Timbers. Muitos airtimes e curvas de alta velocidade na floresta me faziam abrir um sorriso absurdo de diversão. É uma montanha-russa para toda família, e ainda assim, muito radical!
O Kings Island não cansava de me surpreender. Depois de uma passadinha na Eiffel Tower para tirar umas belas fotos de cima, resolvi ir na última montanha-russa do parque: a Backlot Stunt Coaster. Achava que pelo seu tamanho seria algo bobinho, mas me enganei. Essa atração é extremamente gostosa de se andar! Seus lançamentos são bem fortinhos e é muito divertido acompanhar os efeitos especiais de fogo, névoa... Me lembrei do Test Track, do Epcot. Pontaço pro Kings Island!
Finalizei o dia na Planet Snoopy, área que ganhou o prêmio de melhor área infantil do mundo em um parque temático por vários anos (e continua ganhando). Fácil entender o porquê. O astral da área é ótimo, com músicas em um som bem alto divertindo as crianças, além de ser palco de vários shows e apresentações dos personagens! Em 2016, eu não tinha andado na Flying Ace, montanha-russa da área, e ela é ótima para os pequenos terem a primeira chance de encarar algo... invertido!
A alimentação do Kings Island tem uma qualidade muito boa, algo que pude comprovar durante as minhas visitas de 2016 e 2021. Perto da Diamondback, pude comer no almoço um lanche delicioso e muito bem preparado, e durante a janta, apreciava minha deliciosa pizza nas mesas da International Street. Antes de anoitecer, dei uma rápida passada na lojinha e vi várias opções de montanha-russa em miniatura para compra! São difíceis de montar, mas ficam tão bonitas depois!
Ao fim do dia, observei atentamente a atmosfera do Kings Island. O parque é super astral, assim como seu irmão Cedar Point. Música tocando por todo lado, animadores interagindo e visitantes felizes curtindo os inúmeros brinquedos deixava o parque todo muito alegre. Não tive nenhum problema grave com filas (tinham no máximo 30 minutos), nem vi erros graves de conservação ou limpeza. Sem dúvidas, um dos melhores parques temáticos dos Estados Unidos! A queima de fogos fechou o dia com chave de ouro.
Não é difícil chegar e sair do Kings Island. Ficando na cidade de Cincinnati, Ohio, e saindo do centro da cidade é 30 minutos de Uber/carro até o parque. Meu dia foi tão lindo, mas tão lindo, que não tinha como sair de lá sem um milhão de lembrancinhas. Eu fico tão feliz com esses parques temáticos raiz, que não precisam de tematizações megalomaníacas para fazerem as pessoas felizes que saio saltitando ao fim do dia. Não vejo a hora de voltar!
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Perguntas frequentes:
Onde fica o Kings Island?
O parque temático Kings Island fica em Cincinnati, Ohio, nos Estados Unidos.
Como chegar no Kings Island?
O aeroporto mais próximo é o de Cincinnati (CVG). Para chegar ao parque, é recomendável ir de carro ou Uber. Há ônibus (linha 71X) saindo do centro de Cincinnati, porém os horários são apertados.
Quais são as melhores atrações do Kings Island?
Banshee, Diamondback e Orion.
Quais são os melhores meses para visitar o Kings Island?
Maio, Junho e Outubro.
Qual é a melhor ordem para fazer as atrações e brinquedos do Kings Island?
Orion / Flight of Fear / Windseeker / The Beast / Mystic Timbers / Diamondback / ALMOÇO / Eiffel Tower / Backlot Stunt Coaster / The Racer / Adventure Express / Delirium / Banshee / The Bat / Invertigo
Qual é a melhor dica para o Kings Island?
Experimente as montanhas-russas Banshee, Diamondback e Orion tanto nos assentos da frente quanto nos assentos de trás. São experiências completamente diferentes.
Que tipos de comida estão disponíveis no Kings Island?
Fast-food americano e italiano. Meu lugar favorito para comer é o Festhaus, restaurante climatizado na entrada do parque. Dá para encontrar pizza (incluindo pizza sem glúten), frango, hambúrgueres com queijo e hambúrgueres de bacon, macarrão com queijo, saladas e sobremesas.
Quanto custa o Kings Island?
O passaporte de 1 dia é aproximadamente 45 dólares americanos (R$ 225). Caso você vá mais de um dia, considere a compra do season pass mais simples, que sai mais em conta.
Qual é a duração das filas no Kings Island?
Tranquilas (-30min) a moderadas (+60min).
Qual é o site do Kings Island?
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