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2022 Maple Towns Tour

Nova York | Montreal | Québec | Toronto | Niagara Falls | Buffalo

15 de jun. de 2022

12 dias épicos entre Montreal e Toronto com os parques de diversões mais incríveis do Canadá!

Meus planos feitos em 2019 para uma viagem pela Costa Leste da América do Norte eram perfeitos. A meta era começar na cidade de Atlanta, no estado da Geórgia (EUA), e seguir um caminho em formato de "U" invertido até a cidade Richmond, no estado da Virgínia (EUA). O objetivo principal era andar nas montanhas-russas mais radicais dessa região, que incluía o Canadá. A passagem pelo país seria rápida, apenas 4 dias: dois em Toronto e dois em Montreal. Em Toronto, sonhava com o Canada's Wonderland, além de conhecer uma das cidades mais cosmopolitas e internacionais do mundo. Em Montreal, tinha muita curiosidade em ver como era a experiência do La Ronde, um parque de diversões numa ilha, que ficava num rio gigantesco. Inclusive, essa ilha é vizinha à Île-de-Notre-Dame,  onde acontece o Grande Prêmio de Montreal de Fórmula 1. Apaixonado pela F1 que sou, o Circuito de Montreal sempre foi o meu favorito, seja assistindo corridas ou jogando no videogame.


Você pode conferir como foi a preparação para essa viagem (e toda ela em si!) no artigo da 2021 All the Bright Parks Tour. Mas, você se pergunta: "se eu tenho que ler um outro artigo para saber como foi essa jornada pela Costa Leste, o que eu estou fazendo aqui!?"​



Como eu disse no artigo da 2021 All the Bright Parks Tour, em 16 de Março de 2020, tudo foi pelos ares. A pandemia do novo coronavírus, agente causador da Covid-19 atingiu o mundo por completo e se tornou inviável fazer a viagem em Junho. Me lembro que no dia que tive o baque e a certeza de que não ia acontecer acredito que foi um dos dias que mais chorei na vida. Um sonho completo, que estava prestes a se tornar concreto, foi abaixo. Assim como milhares de outros sonhos ao redor do mundo. Assim como milhares de vidas interrompidas que não puderam colocar seu sonho para frente. Se você estiver lendo isso, agradeça por estar aqui. Baque tomado, era hora de botar os planejamentos na gaveta e juntar mais dinheiro, mas não desistir. O início de 2020 foi de muitas incertezas e de mais um percalço que eu não previa: por conta do trabalho, tive Síndrome de Burnout, que é o esgotamento mental com consequências no corpo físico.


O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) sempre me acompanhou desde criança, e por mais que eu já convivesse com alterações absurdas de adrenalina, o Burnout era algo que eu nunca havia vivido. Foram dois meses de licença médica para tratamento e recuperação, e durante essa licença, fiz uma lista de filmes intitulada "60 Filmes para Curar o Burnout". A meta era ver um filme por dia, além de ler livros. 


Há muito tempo atrás, um grande amigo meu havia me dado um livro de presente chamado "Cidades de Papel" (em inglês, Paper Towns). Na época, meu amigo e eu éramos muito adolescentes e morávamos muito distantes um do outro, portanto a dedicatória que ele fez para mim na época, era eu pegar a história do livro como um incentivo para nos vermos no futuro.  A história trata sobre uma menina misteriosa, Margo Roth Spiegelman, que cresceu junto com Quentin, um menino com uma vida regular, sem grandes emoções. Quentin sempre foi apaixonado por Margo desde criança, mas as personalidades diferentes o separaram à medida que cresceram.



Em uma noite, Margo o convida para fazer um monte de coisas desafiadoras, e no dia seguinte, some. Quentin fica sem saber o que de fato aconteceu para Margo sumir, mas começa a perceber pistas ao seu redor que possa indicar qual seria o paradeiro da garota. Com os seus amigos, Quentin começa uma jornada pela costa leste dos Estados Unidos.


​"Cidades de papel" são cidades inventadas pelos cartógrafos e inseridas nos mapas, a fim de que não sejam copiados - uma espécie de marca registrada. Uma cidade de papel não existe. Assim como também não existiu ida ao Canadá em 2021, depois que refiz o roteiro pela primeira vez. O Canadá continuava fechado devido às complicações da pandemia, e seria impossível executar o roteiro com o país incluso. ​Entretanto, tudo ainda estava pago: passagem aérea, hotel e ingressos.



O que fazer? Por mais que me corroesse de ansiedade por dentro, a solução era uma só: adiar para 2022. Mas, os processos de adiamento da viagem foram extremamente cabulosos: problemas com reembolsos (fui parar até na Justiça!), problemas com validade expirada (e não tinha mais o que fazer) e até advogado que não me respondia. A dor de cabeça referente ao Canadá era crescente. 


Mas, aos trancos e barrancos, as situações iam se ajeitando e começava a nascer uma nova viagem para 2022, agora com 12 dias (e não quatro) e um roteiro com os parques de diversões mais underdogs (subestimados) da América do Norte. Diante de todas às dificuldades e empecilhos que foram aparecendo e um roteiro para lá de "diferentão", eu sabia que só poderia existir um nome para essa viagem.


​Ao reassistir à adaptação de Cidades de Papel pela 20th Century Fox, a viagem que nunca existiu (e que teimava em existir e vocês verão - até o fim) recebeu o nome de "Maple Towns Tour" ou "Tour pelas Cidades de Bordo". O bordo (maple tree), árvore símbolo do Canadá ajudou a fazer esse trocadilho com o nome da história que exaltava exatamente o que eu ia fazer: me aventurar por lugares que muita gente não sabe da existência e que eu tive que perserverar muito para poder chegar até lá. 


A história de Cidades de Papel diz que cada um tem seu milagre - algo que te faz despertar e se sentir vivo. Meu milagre (sempre será) meu amor por montanhas-russas. Essas incríveis invenções da engenharia entraram na minha vida para eu viver uma série de aventuras (por quê não?) épicas, em que cada uma seria especial. Meu objetivo é ouvir cada vez mais das pessoas coisas como "não acredito que fez isso" ou sentir que meu coração vai explodir cada vez que encaro uma atração radical. É com esse pensamento que mesmo com tudo dando errado desde do começo, eu pensei numa frase do filme para continuar com todos os planos:


​"Arrisque-se, pare de viver de forma tão segura"



A preparação do novo roteiro envolveu os três principais pontos do original: os parques Canada's Wonderland e La Ronde, e o Grande Prêmio da Fórmula 1 em Montreal. Mas, como seriam 12 dias em terras canadenses, pude abrir o roteiro para conhecer novos lugares, incluindo os parques de diversões que "ninguém liga" e ficam próximos às regiões de Montreal e Toronto. Mais do que parques, os novos dias permitiriam aproveitar mais as cidades, explorando os lugares que foram outrora colonizados por França e Inglaterra. Uma imersão cultural muito forte e que me deixou muito animado para praticar todo o francês que venho aprendendo há alguns anos. 



O Luís, o mesmo amigo meu que me acompanhou durante a 2021 All the Bright Parks Tour, entrou na onda de novo e aceitou participar dessa jornada ao Canadá! Quando compramos as passagens, ficamos animados que teríamos uma escala de aproximadamente 12 horas, na ida, na cidade de Nova York! Isso significaria que teríamos a oportunidade de ir no Six Flags Great Adventure, parque que deixamos duas montanhas-russas incríveis para trás em 2021 já que elas estavam fechadas.​​


Parte I: Montreal


Embarcamos no dia 15 de Junho de 2022 no Aeroporto Internacional de Guarulhos em um voo da LATAM com destino à cidade de Nova York com muita animação e cheios de sonhos prestes a serem realizados na bagagem. O voo foi tranquilo, chegando na cidade-que-nunca-dorme às 7:45 da manhã. Depois de todo o processo de fazer a imigração nos Estados Unidos e pegar o carro alugado para ir até o Six Flags Great Adventure, conseguimos chegar na estrada às 9:30. Isso nos dava aproximadamente 1h40 para chegar no Six Flags, irmos na El Toro e na Jersey Devil Coaster. 



Montanhas-russas Jersey Devil Coaster e El Toro no Six Flags Great Adventure

​Apesar de termos chegado mais tarde do que prevíamos, conseguimos fazer as duas montanhas-russas com folga e irmos em mais algumas outras, como a Kingda Ka e a Nitro. Quando saímos do parque para nos dirigirmos de novo ao aeroporto para pegarmos os voos para Montreal, a viagem tomou um rumo de ir por ladeira abaixo.


Montanha-russa Nitro no Six Flags Great Adventure

​Mesmo saindo cedo do Six Flags, o trânsito nos atrasou muito e estávamos morrendo de medo dentro do carro de perdermos o voo. Mas, do nada, recebemos uma notificação nos nossos celulares que os nossos voos haviam sido cancelados, e que haviam sido remarcados para dois (!) dias depois. ​Uma remarcação como essa ia acabar com todas as chances de chegarmos à Montreal conforme o planejado e fazer tudo do roteiro. A aventura havia (de fato) começado. 


Quando chegamos ao aeroporto, o caos estava formado. Muitas pessoas estavam no balcão da Delta, companhia aérea que havíamos escolhido para fazer o restante dos voos. Sabíamos que teríamos trabalho para resolver o problema, porque enquanto estávamos no trânsito, tentamos resolver pelo telefone e não conseguimos absolutamente nada (mesmo após uma hora na linha). 


Depois de muitas horas na fila, chegou nossa vez no balcão e a Delta não apresentava solução para o nosso problema senão ir dois dias depois. As coisas só mudaram quando meu amigo soltou a frase: "Você quer que eu durma debaixo do seu balcão, senhora?". Nos EUA, as companhias aéreas não são obrigadas a dar hospedagem, alimentação ou qualquer tipo de compensação, como no Brasil. Uma supervisora chegou e resolveu nosso problema colocando para irmos à Montreal no dia seguinte à tarde. Não foi o ideal, mas era o que tínhamos. Mal sabíamos, inclusive, que essa situação era o prenúncio do caos aéreo no hemisfério norte em 2022. Reservamos um hotel perto do aeroporto e fomos na Times Square jantar e curtir o que havia sobrado do dia. 


Times Square

A Times Square estava perfeita, como sempre. Cada vez mais tento absorver todo o conteúdo dos telões, mas sigo falhando. É muita informação! Jantamos no Junior's Restaurant and Bakery, um excelente lugar com tema retrô e pratos maravilhosos! Apesar dos problemas, foi uma noite especial, já que estava mais uma vez numa das cidades que mais amo no mundo e o Golden State Warriors (meu time de basquete) foi campeão.





O dia seguinte foi agitado! Corremos para o aeroporto e voamos (finalmente!) até Montreal. Na imigração no Canadá, o oficial perguntou apenas qual era nosso objetivo de viagem, quanto de dinheiro tínhamos, onde iríamos nos hospedar, quanto tempo iríamos ficar e se conhecíamos alguém no país. Do Aeroporto de Montreal até o Airbnb que ficamos, foi um trajeto de meia hora, de Uber. O aeroporto até tem transporte para a cidade com ônibus, mas pelo custo/benefício, não valia a pena, já que dividindo o valor do Uber, daria o preço da passagem de ônibus. O Airbnb ficava perto da estação de metrô Crémazie, que nos levava de forma rápida até o centro da cidade através da linha 2-Laranja. O bairro ao redor do Airbnb era tipicamente residencial, muito aconchegante e pacífico. A arquitetura é típica dos subúrbios norte-americanos, com destaque para as escadas curvadas e torcidas, exclusivas de Montreal.  


Parque temático La Ronde visto do avião

Montreal é a maior cidade de Québec, a província francófona do Canadá. Québec foi parte do que os franceses chamavam de “Nova França” e toda região teve extrema influência da cultura francesa. Entretanto, a província adquiriu sua própria identidade, e ela se difere de todo o restante do Canadá. Para um estudante de francês, foi ótimo ter essa vivência com o idioma! Pude compreender muita coisa que eu acreditava não compreender, além de poder praticar. A maior parte da população são descendentes de franceses, apesar de ter um grande número de imigrantes. Quem mora em Montreal, normalmente tem o inglês como segunda língua, “salvando a vida” de milhares de turistas que não falam francês. 


Basílica de Notre-Dame em Montreal
Vieux-Montréal

Montreal rapidamente ganhou meu coração pela sua cara de cidade grande e jeitão de cidade pequena. Todos os bairros da cidade são muito aconchegantes, especialmente a região do subúrbio residencial e o centro histórico. Mesmo o centro comercial sendo lotado de prédios, é vivo, cheio de apresentações artísticas e um ambiente ótimo para andar à perder de vista, principalmente na Île de Notre Dame, um dos maiores parques urbanos da cidade. O nome da cidade vem do Monte Royal, uma montanha localizada ao sul do centro da cidade. A montanha fica no Parc Mont-Royal, que também abriga o Belvédère Kondiaronk, em que se é possível ter uma vista panorâmica do centro. 

Mount Royal

Os dias estavam com temperaturas muito amenas, variando de 15 a 19 graus, no verão  (algo normal para a cidade). Sob pouca chuva, começamos o passeio pelo centro histórico de Montreal, que se estende desde os arredores da Place Jacques-Cartier até a região da Basílica de Notre-Dame. Começamos o passeio a pé pela Basílica, descendo na estação Place d'Armes. A Basílica de Notre-Dame tem dois passeios: o walking tour cultural e o espetáculo Aura. Por conta do horário, escolhemos o Aura, e ficamos extremamente surpreendidos com uma produção cheia de lasers, projeções e trilha sonora poderosa. Aura usa todo o belíssimo interior neogótico de Notre-Dame para ser o cenário do espetáculo - algo que nunca tinha visto no mundo até então!​


Basílica de Notre-Dame

Andamos pelas ruas históricas de Montreal, e adoramos reparar na arquitetura com traços do neoclássico e do barroco francês. As ruas estavam decoradas com bandeiras quadriculadas em comemoração ao fim de semana do Grande Prêmio da Fórmula 1. Confesso que eu estava muito feliz, muito muito muito feliz, de estar caminhando nas ruas de Montreal durante o fim de semana da F1, algo que eu sempre fui apaixonado desde a infância. A cidade estava cheia de turistas, todos uniformizados com as camisas das equipes. Sensacional! 



As ruas de Montreal têm muitos restaurantes, boutiques, galerias de arte, lojas de souvenires e bares de alto padrão. O clima é maravilhoso! Outro ambiente muito legal é o Velho Porto de Montreal, onde estão localizadas diversas atrações, como labirintos de escapar, o antigo relógio, feirinha de artesanato, restaurantes, apresentações do Cirque du Soleil e a gigantesca roda-gigante La Gran Roue de Montreal.



Antes de voltarmos ao Airbnb e descansar, paramos na Pizzeria Rosconi, um ótimo restaurante bonito e barato em que provamos o prato mais tradicional de Montreal: o poutine, que é um punhado de batatas fritas e queijo coalho coberto com um molho de carne. É DELICIOSO! Confesso que comeria um segundo se tivesse espaço na barriga... Uma ótima maneira de encerrar um primeiro dia lindo em Montreal. Ah, muito importante: os restaurantes no Canadá cobram pela tip (gorjeta) e você é muito indicado a pagá-las. As porcentagens são altas: variam de 18% a 25%.



Poutine

No dia seguinte, acordamos cedo e tomamos café no Tim Hortons, a mais famosa lanchonete do Canadá (tem absolutamente em TODO lugar). Alimentados de croissants doces e salgados, começamos a viajar até o Six Flags Great Escape, distante 270 km e aproximadamente 2h 45 minutos do centro de Montreal, localizado na cidade de Queensbury, nas montanhas do estado de Nova York nos Estados Unidos. O ponto de destaque do caminho é atravessar a fronteira terrestre com os Estados Unidos. As perguntas do agente imigratório dos EUA não são diferentes das que fazem nos aeroportos. Tenha em mente que para atravessar a fronteira EUA/Canadá é necessário visto estadunidense válido e para voltar ao Canadá, é necessário visto canadense físico válido (o eTA não é aceito). O trajeto é bem tranquilo, com pouco trânsito e trechos retos em sua grande maioria, além disso toda a estrada é cênica, com belíssimos cenários nas montanhas.



Centro de Montreal

​O Six Flags Great Escape é um dos parques de diversões mais regionais da rede estadunidense, mas nem por isso é decepcionante. É o Six Flags mais “diferentão” já visitado por mim! Como é localizado no meio das montanhas do estado de Nova York, a temperatura estava 12 graus mesmo sendo verão. Os brinquedos são bem tradicionais, sendo os grandes destaques a Comet, uma montanha-russa de madeira lendária e cheia de airtime, e o Outlaw, um booster melhorado que causa emoção e terror ao mesmo tempo. O legal desse Six Flags é que você precisa se entregar a experiência dele nas montanhas, e não esperar que ele seja um lugar radical como costumam ser os outros parques da rede. Tudo nele é super fofinho e tem um grande apelo para as famílias. Depois do parque, passamos no The Outlets at Lake George, e quando chegamos de volta a Montreal, jantamos no A&W, uma rede de fast-food muito presente no Canadá.



Brinquedo radical Outlaw e montanha-russa Steamin' Demon no Six Flags Great Escape

Por conta do contratempo que o cancelamento do voo causou na viagem, tive que fazer o La Ronde no mesmo dia do Grande Prêmio da Fórmula 1. Estava profundamente preocupado em ter que dividir meu dia entre os dois locais, mas como estavam na mesma ilha, deu tudo certo! O "Six Flags do Canadá" não faz feio. O parque é muito bonito e muito limpo, e tem uma mega estrutura de alimentação e shows. Com exceção da Ednor, todas suas montanhas-russas são muito boas, com destaque para a Goliath e seus ótimos airtimes (a sensação de sair do banco!), e para a Vampire, a melhor deste modelo de montanha-russa invertida que já andei. O La Ronde também tem muitos brinquedos radicais e familiares que são destaques, como o excelente Demon, o Gravitron e o frisbee Titan, à beira do lago. Outra característica maravilhosa do La Ronde é ele estar localizado em uma ilha e em toda atração alta, você pode ver o gigantesco Rio São Lourenço e o skyline de Montreal.



Montanhas-russas Batman e Goliath no La Ronde
Biosphère

O momento da Fórmula 1 foi algo muito surreal para mim. Durante muito tempo da minha vida, desde da época que eu tinha 10 anos, eu assistia F1 e ficava apaixonado pelo modo como os carros corriam, e principalmente pelos desafios dos circuitos, que eu podia experimentar no videogame. Eu me apaixonei por alguns circuitos, mas paixão nenhuma era maior que o circuito de Montreal. As longas retas e as curvas desafiadoras me faziam dar tudo de mim, e não demorou muito para eu conseguir vitórias. Além disso, foram anos admirando o circuito pela televisão, vendo o La Ronde ao fundo e os carros correndo na Île de Notre Dame.




Pisar na ponte que me levaria ao circuito e ver tudo decorado para a Fórmula 1 me fizeram chorar instantaneamente e eu estava em um êxtase que durou até a largada da corrida, em que o barulho dos 20 motores de cada carro estavam em sincronia na primeira volta. Uma experiência definitivamente surreal que eu jamais irei esquecer. Não podia acreditar que eu estava atravessando a ponte para a ilha, que eu estava uniformizado com a minha equipe favorita, que eu estava pisando no lugar que admirei toda minha infância e adolescência. Foram 2h e 30 minutos de pura emoção, e ainda tive um excelente poutine de costela para me acompanhar. Não vejo a hora de voltar a Montreal em um final de semana do Grande Prêmio e estar rodeado de novo daquele clima que só a Fórmula 1 traz à cidade - um sentimento único de comunidade.




Marmotas, símbolo do Canadá e que sempre aprontam nas corridas!

Outra cidade grande da província de Québec é Québec City, um pouco mais acima do Rio São Lourenço. Para chegar, saímos de Montreal bem cedo em direção à Estação Central para pegarmos o trem da VIA Rail, uma das principais companhias de trem do Canadá. A VIA Rail é uma ótima alternativa ao carro e ao avião para viajar dentro do país de maneira confortável e com bom custo/benefício. A viagem até Québec foi super tranquila, e com paisagens verdes agrícolas. Chegamos na Gare du Palais na metade da manhã. Tanto eu quanto meu amigo ficamos impressionados o quanto a arquitetura de Québec é mais próxima ainda da francesa. 




Gare du Palais

Depois de apreciarmos o interior (e exterior!) sensacional da Gare du Palais, pegamos um ônibus em direção à Chute Montmorency, uma catarata no norte da cidade. A catarata tem 84 metros, sendo mais alta que qualquer catarata em Niagara. No parque urbano da Montmorency, é possível apreciar a catarata de vários ângulos possíveis, com escadarias que circundam toda a área. Além disso, tem teleférico cênico e tirolesa que passa na frente da catarata! Eu escolhi passar pela ponte pênsil que fica no topo da Chute Montmorency, vencendo todo o medo de altura que há armazenado dentro de mim. Uma visão linda! 



Chute Montmorency

Eu raramente vou à uma cidade se um parque não estiver presente, e com Québec não foi diferente: dentro do shopping Galeries de la Capitale, está o Méga Parc, um exemplo de parque indoor. Sua temática é toda steampunk, e tudo foi muito bem feito para que alcançasse a perfeição. O parque é para toda família, com brinquedos radicais, familiares e infantis. A Electro, uma montanha-russa, percorre o teto do Méga Parc e tem um percurso super rápido, além de ter tido o trecho no escuro mais no escuro que já presenciei na vida! O shopping também tem muitas lojas boas, como a Lids, BestBuy, Toys R Us, e sendo um lugar perfeito na cidade de Québec para passar a tarde.



Montanha-russa Electro e roda-gigante no Méga Parc

A última parte do dia em Québec foi no seu centro histórico. Começamos pelo Porto Velho de Québec, e seguimos a Rua Dalhousie até a Place d'Armes, onde fica um dos símbolos da cidade, o Castelo Frontenac, hoje um hotel Fairmont. Da praça, saem diversos ônibus de City Tour, porém resolvemos seguir a pé, devido aos altos preços. As ruas da parte alta de Québec têm muitos restaurantes de várias nacionalidades, além de sorveterias e bares de vinho. Um dos edifícios mais lindos dessa parte é a Hôtel de Ville (Prefeitura) de Québec.  


Château Frontenac


A vista da parte alta para o rio São Lourenço é deslumbrante (sabia que esse rio deságua no Polo Norte?), e tem uma brisa maravilhosa! Descemos até a parte baixa pelo Funicular. Saímos na rua principal da parte baixa, a Rue du Petit Champlain, onde temos inúmeros restaurantes, sorveterias, docerias e lojas de souvenires cheias de produtos do Canadá. As docerias tem produtos incrivelmente gostosos, que lembram os da França. Gostaria de ter ficado até o fim da noite nessa parte, mas eu e meu amigo caminhamos lentamente pela orla do rio e pela marina até a estação Gare du Palais. Toda região é um grande círculo, sendo perfeita para andar e não se perder. Aproveitei para tirar muitas fotos em cenários únicos, que eu nunca tinha visto parecido na vida! 


Rue du Petit Champlain


Ao chegar na Place Jean-Pelletier, em frente à Gare du Palais, notamos um monte de cadeiras de aço fincadas no chão, cada uma com uma frase ou poema em diferentes línguas sobre aproveitar a vida. Sentamos ali para simplesmente passar o tempo e esperar a hora de embarcarmos no trem. Ao chegar de volta em Montreal, terminamos o Ato I no 3 Brasseurs, uma cervejaria tradicional da França. Comi o último poutine da viagem, dessa vez gigantesco, e seguimos rumo à Toronto na manhã seguinte. Deixávamos o poutine, as escadas curvas, o francês e o clima agradável de Québec para trás. 


Parte II: Toronto​

Mais um aeroporto, mais um momento de caos. O meu voo para Montreal atrasou quatro horas, complicando o planejamento do primeiro dia numa das cidades mais internacionais do mundo, Toronto. Felizmente, contamos com o apoio e a amizade de duas pessoas incríveis na cidade, o Vinycius e o Laércio. Minha amizade com o Vinycius data desde 2010, e para mim, ter esses dias com ele foram muito especiais, e apesar de ter visto o Laércio pessoalmente poucas vezes, pareceu que éramos amigos há muito tempo! Ambos deram um show de hospitalidade, companheirismo e amizade. Sempre serei eternamente grato à eles!



O plano inicial era estar no Canada's Wonderland, o maior parque de diversões do Canadá, às 10h, em sua abertura, porém com o atraso do voo, só conseguimos chegar lá às 12h (isso porque os meninos me pegaram no aeroporto de carro). Apesar do contratempo, chegamos num Canada's Wonderland com público mediano, o que foi ótimo para nos concentrarmos nas 16 montanhas-russas do parque. O lugar é gigantesco, com um line-up de brinquedos radicais invejável a qualquer outro parque no mundo - inclusive, acho difícil existir algum que bata o Wonderland. Como esperado de um parque da rede Cedar Fair, ele é extremamente lindo, bem cuidado e limpo, com algumas áreas temáticas retratando muito bem (de forma simples) o tema proposto.



Montanhas-russas Leviathan e Yukon Striker no Canada's Wonderland

O caminho de transporte público (ônibus + metrô) até o Canada's Wonderland é longo, mas é a maneira mais barata de ir e voltar do parque. Por mais que quiséssemos conhecer Toronto, estávamos destruídos. No dia seguinte, renovados e prontos para andar pela cidade, começamos pelo Royal Ontario Museum, um dos museus mais importantes do Canadá. As exposições variam desde artigos e peças históricas das civilizações, biologia, mineralogia, paleontologia, arqueologia até itens da cultura canadense do passado e do presente. O museu também tinha uma exposição exclusiva de Animais Fantásticos, algo que nunca tinha visto fora de um parque temático! 





Traje original de Newt Scamander
Crânio de Unicórnio
Peças do Royal Ontario Museum

O almoço foi num McDonald's, porque eu queria saber como era a experiência em um canadense. Todo e qualquer Mc do Canadá tem a folha do bordo no logo, um toque muito fofo. O poutine, que pedi também em curiosidade, foi o pior que comi na viagem (apenas batata-frita com molho de carne jogado de qualquer jeito em cima), mas não fiquei surpreso já que é um fast-food. Depois de estarmos alimentados, seguimos debaixo de um calor castigante na cidade, para as Toronto Islands, um conjunto de ilhas no lago Ontário próximo à costa da cidade.



As Toronto Islands são quinze ilhas, mas as barcas que saem do Jack Layton Ferry Terminal têm três destinações diferentes: Ward’s Island, Centre Island e Hanlan’s Point. Em Ward’s Island, você encontrará a visão mais panorâmica do skyline de Toronto e a Ward’s Island Beach, uma ótima praia para passar o dia. Em Hanlan’s Point, fica a praia de nudismo Hanlan's Point Beach e o Gibraltar Point, um dos faróis mais antigos de Toronto. Pegamos o ferry até a Centre Island, em que fica localizado a maior parte das atrações da Toronto Island: o restaurante Toronto Island BBQ & Beer Co., o William Meany Maze, a Centre Island Beach (a maior praia da cidade) e o Centreville Amusement Park, um parque de diversões infantil muito fofo e histórico. O lugar é onde as crianças de Toronto crescem e têm seu primeiro contato com a adrenalina. O clima rústico e nostálgico se estende por todo o Centreville, e ao seu redor, está o Lago dos Patos, com ótimos pontos de sombra e relaxamento na natureza.  




Centreville Amusement Park

O verão em Toronto é tão quente quanto o verão no Rio de Janeiro, e confesso que estava difícil caminhar pelas ilhas, mesmo com as árvores. Antes de pegar o ferry de volta à cidade, uma parada deitada na grama somente para curtir o “tempo parar” se fez mais que necessária! Toda a região das Toronto Islands é arborizada, com milhares de espécies diferentes, incluindo algumas frutíferas! Facilmente dá para passar uma tarde inteira, aproveitando o Centreville, a praia de Centre Island, e o Toronto Island BBQ & Beer Co., um bar ao lado da estação do ferry perfeito para assistir o pôr-do-sol na skyline de Toronto. 




Da estação de ferry em Toronto até o principal símbolo da cidade, a CN Tower, é muito perto. O local onde a CN Tower fica é quase como um “centro de entretenimento" da cidade! Tem a Scotiabank Arena, arena onde joga o time Toronto Raptors de basquete; o Maple Leaf Square, um shopping com lojas gigantescas de esporte; o Toronto Railway Museum, o maior museu ferroviário do Canadá; o Ripley’s Aquarium of Canada, o maior aquário de Toronto e o Rogers Centre, estádio multiuso em que jogam os times de baseball, o Blue Jays, e futebol, Toronto FC, da cidade.


CN Tower

A Canada’s National Tower (CN Tower) foi construída originalmente para melhorar as radiocomunicações de Toronto, que estava com um rápido crescimento de prédios que atrapalhavam os sinais. Hoje, a CN Tower abriga antenas que são usadas por inúmeras empresas, além de uma infraestrutura turística. Como a maioria dos observatórios turísticos, a experiência começa já nos primeiros andares, em que você conhecerá toda a história da torre. Nos 346 metros do andar de observação, você poderá ver toda a cidade de Toronto, as Toronto Islands, e se o tempo estiver bem limpo, o estado de Nova York nos Estados Unidos (do outro lado do lago Ontário!).



Caso você esteja disposto a pagar um pouco mais, você poderá ter acesso ao Skypod, um andar a 443 metros de altura - o maior no Ocidente! Se você gostar MUITO de adrenalina, você ainda poderá experimentar o EdgeWalk - uma caminhada na beira do teto do andar de observação! Você fica preso apenas por uma corda de aço… Tem coragem? Ah, uma coisa muito importante: o EdgeWalk esgota muito fácil - tem que reservá-lo com antecedência! Depois de toda a adrenalina das alturas, uma loja de lembranças gigantesca com itens do Canadá te aguarda na saída (prepare o bolso!).



A próxima parada do dia foi a realização de mais um sonho: assistir a peça Harry Potter e a Criança Amaldiçoada! A peça original da Broadway estava em curta temporada em Toronto no CAA Ed Mirvish Theatre e eu estava MUITÍSSIMO animado para ver como era essa experiência ao vivo. Mas, o caminho foi com emoção: procurando o bilhete de metrô na minha mochila, acabei deixando minha carteira cair e só fui perceber na plataforma do metrô! Sorte que os guardas do metrô viram isso acontecer e a guardaram para mim! Meu coração simplesmente estava disparado! Só fui me acalmar nos momentos iniciais da peça, quando eu finalmente estava de volta ao mundo bruxo!





​Terminamos o dia no Riverdale Park, uma área verde gigantesca com uma linda vista do skyline de Toronto. Algo que te faz se perder no tempo enquanto admira a noite de Toronto. Depois de ver as luzes dos prédios cintilarem, fizemos um pequeno city tour na madrugada, começando pelo Osgoode Hall, o complexo gigantesco da Prefeitura de Toronto e o Ontario Legislative Building no Queen’s Park. 


Prefeitura
Ontario Legislative Building
Osgoode Hall

O segundo dia no Canada’s Wonderland foi perfeito para aproveitar os muitos brinquedos radicais que o parque tem. Fortemente recomendo essa segunda visita, já que no verão tudo costuma ficar com muita fila e é impossível você aproveitar as 17 montanhas-russas e os outros brinquedos no mesmo dia! Inclusive, nesse segundo dia, o Wonderland estava lotado! Inúmeras excursões escolares e um sol de rachar deixaram o dia perfeito para aproveitar os brinquedos radicais, que tinham filas bem menores. Dormimos cedo para estarmos prontos cedo pela manhã para iniciar a viagem até Niagara Falls. 



Brinquedos radicais Shockwave e Sky Hawk no Canada's Wonderland

Fomos de Toronto direto até o Seabreeze, um parque de diversões histórico localizado à beira do lago Ontário, perto da cidade de Rochester, no estado de Nova York, nos Estados Unidos. Atravessamos mais uma vez a fronteira, e dessa vez foi bem mais tranquilo, com o oficial nos perguntando apenas onde iríamos e quanto tempo íamos ficar nos EUA. O Seabreeze oferece uma experiência conjunta de parque de diversões com parque aquático, e seu ambiente lembra uma grande praia, com cheiro de praia e brisa de praia. Suas estrelas são suas 3 montanhas-russas: a Jack Rabbit, uma montanha-russa de madeira de 100 anos e que opera 100% através de 4 alavancas; a Bobsleds, uma montanha-russa de suportes de madeira e trilhos de aço com um percurso bem doido e uma experiência única na vida, e a Whrilwind, uma montanha-russa spinning com giros maravilhosos e que se tornou a minha favorita desse modelo. Os brinquedos são clássicos, com destaque para a velocidade do surf Time Machine e o lindíssimo Log Flume. Tudo de muito bom gosto e uma curiosidade bem legal é que eles tentam manter o clima dos anos 80 com pontos de foto temáticos e construções antigas.



Montanhas-russas Giant Dipper e Whrilwind no Seabreeze

Saímos correndo do Seabreeze para o Six Flags Darien Lake, o parque temático mais radical e mais emocionante perto de Niagara Falls (apenas 1 hora de distância!). O Darien Lake foi uma surpresa super agradável, entregando o melhor atendimento de todos os Six Flags que já fui até 2022 (só falta St. Louis e Frontier City), encontrando pelo parque funcionários felizes e preocupados com o bem-estar do visitante. Todos os brinquedos estavam funcionando perfeitamente, sem parada técnica, apesar da política do parque de rodar todas as montanhas-russas com apenas 1 trem. O trilho de aço na curva mais agressiva da Predator colocou a experiência lá no alto, deixando o trecho suave como uma manteiga. Ride of Steel é uma montanha-russa lendária e entregou uma experiência de intensidade e airtime sensacional. Clone da Iron Shark, a Tantrum, que se tornou minha 400ª montanha-russa, é cheia de momentos UAU e é uma excelente montanha-russa compacta e rápida. Tem atrações para todas as idades e me diverti bastante e espero ver novidades nele em breve, porque eles merecem. O clima do parque é super alegre com excelentes músicas!



Montanhas-russas Tantrum e Ride of Steel no Six Flags Darien Lake

Passamos um susto na chegada da fronteira do Canadá porque não havíamos feito os formulários ArriveCAN de controle contra a COVID-19 e não tínhamos internet para fazermos na hora. Sorte nossa que o oficial era bem amigável e nos deixou passar quando viu nossos cartões de vacinação… Já pensou a treta? Chegamos em Niagara Falls já à noite e eu simplesmente não conseguia acreditar no que eu estava vendo! 



A cidade é como uma “mini Las Vegas”, cheia de luzes coloridas, neons e atrações turísticas! Uma perfeita cidade do entretenimento no melhor modo que a América do Norte sabe fazer! Fiquei super encantado e não via a hora de explorá-la. Passamos a noite no Kings Inn near the Falls, um excelente hotel/motel, com um gerente super atencioso, além de ter tudo dentro do quarto muito limpo e conservado. Com certeza o melhor hotel desse tipo que já tive nas minhas viagens! 





Acordamos e seguimos direto para o Marineland, um parque enigmático que causou um paradoxo na minha cabeça. Entrei no parque esperando o pior e até agora não sei de fato o que encontrei. O parque parece um bosque medieval com brinquedos espalhados por muito mato e muitas árvores, com caminhos longos e bastante caminhada para se chegar nas atrações. A temática do parque está super conservada e foi muito bem executada, com um nível de detalhe estrondoso. Os brinquedos estavam todos funcionando, com operação rápida, e todos fornecendo uma experiência muito boa! Os destaques são a Dragon Mountain, uma montanha-russa raríssima com um elemento único no mundo (nó-de-gravata), longuíssima, com uma grande quantidade de forças G e trechos "criativos" como um helix dentro de um vulcão, cavernas e trechos retos; o Star Voyager, um brinquedo que parece a versão melhorada do top scan, e que se tornou meu brinquedo favorito da vida, e o SkyScreamer, uma torre que opera com propulsão e queda livre ao mesmo tempo, fornecendo uma visão DE TIRAR O FÔLEGO das Cataratas do Niágara. O ponto triste fica por conta dos tanques com 38 belugas e a orca solitária Kiska. Torço para que o parque se livre dos animais o quanto antes (apesar de saber que seja improvável) e assuma o posto de uma das maiores atrações de Niagara Falls.



Torres do Skyscreamer e montanha-russa Dragon Mountain no Marineland

Como uma viagem à Niagara Falls não seria completa sem um contato próximo com as cataratas, fizemos o pequeno cruzeiro para todo o complexo, incluindo os lados estadunidense e canadense. Recomendo muito comprar o passeio online através do site da Niagara City Cruises, o que garante um embarque muito rápido. Se você estiver se perguntando se existe muita diferença entre a experiência das Cataratas do Iguaçu e das Cataratas do Niágara, a resposta é SIM! Iguaçu é um cenário muito mais selvagem e radical (principalmente com as aventuras do Macuco Safari), enquanto Niágara é mais urbano e contemplativo. Mas sabe qual é o melhor disso tudo? Nas duas cataratas você pode se molhar com uma das maiores obras incríveis da natureza! Simplesmente inesquecível.


Niagara Falls com lado estadunidense à esquerda e canadense à direita



A tarde em Niagara Falls foi excelente! Começamos pelo Casino Niagara, um cassino enorme com vários tipos de jogos diferentes. Meu amigo é um mestre do Blackjack e conseguiu descolar uma ótima oportunidade para termos um jantar maravilhoso no fim do dia - 25 dólares viraram 75 dólares! Poderíamos ter ido na Niagara SkyWheel, mas como já tínhamos tido uma linda visão do topo da torre do Marineland, fomos na montanha-russa da casa mal-assombrada House of Frankenstein (que custa 13 dólares canadenses), construída no topo de um Burger King! Ficamos andando pela cidade, e são muitas atrações para aproveitar! Niagara Falls tem um Ripley's Believe It or Not! (museu de coisas bizarras), a Upside Down House (uma casa maluca de cabeça para baixo), o Movieland Wax Museum (um museu de cera de celebridades), o Great Canadian Midway (um imenso fliperama), o Dinosaur Adventure Golf (um percurso de minigolf), a Niagara Speedway (um circuito de kart) e inúmeras lojas para você aproveitar os mais variados produtos feitos de maconha, que é 100% liberada no Canadá para uso recreativo!






O tardio pôr-do-sol se aproximava e tínhamos duas opções para jantar: o restaurante do topo da Skylon Tower, uma torre de observação gigantesca em frente às Cataratas ou o Rainforest Café, um restaurante temático maravilhoso de florestas tropicais. Como não podíamos gastar muito, escolhemos a opção mais econômica, o Rainforest Café, e que foi extremamente acertada! A comida estava deliciosa e terminamos de jantar a tempo de garantir uma vaga para assistir o incrível show de fogos nas Cataratas do Niágara, que estavam todas iluminadas. Uma das experiências mais incríveis e surreais da minha vida! Estava explodindo de felicidade junto com os fogos!​





Ter assistido os fogos me fez misturar esse sentimento de felicidade com a sensação de viagem cumprida. Mesmo com todos os contratempos que enfrentamos desde do início, tudo der dado certo no final foi uma grande recompensa. O Canadá nos presenteou com dias lindos de sol, atrações e parques de diversões incríveis e momentos que com certeza levarei para todo sempre.​ É fato que saímos de Niagara Falls já com a missão de voltar e planejar a própria viagem para a cidade. Para os próximos anos, mais um parque de diversões deve nascer na região: o Niagara Amusement Park & SplashWorld.



O último dia em Toronto foi para conhecer o centro histórico Old Toronto, onde fica o St. Lawrence Market, em que muitos artesãos e comerciantes da cidade vendem seus produtos, e restaurantes familiares, com a comida típica da cidade. Comemos um delicioso brunch e fomos direto para a Toronto Pride Parade, uma experiência única no universo LGBTQIA+. Em Toronto, a parada é um grande desfile de diversos setores da sociedade, que compreende desde órgãos públicos como bombeiros, enfermeiros, paramédicos e militares, até diversas empresas do país, esportistas, crianças e idosos! Um verdadeiro show de diversidade! Foi inevitável não me emocionar em vários momentos do dia, e ter a esperança que é possível realidades mais livres e desprendidas de preconceito e violência. Arrasou, Canadá!






A volta para o Brasil foi cheia de problemas, mais uma vez, com a companhia aérea Delta. Felizmente, nenhum desses problemas de transporte são suficientes para tirar o brilho que a 2022 Maple Towns Tour teve! Realizá-la foi como fechar um capítulo pendente criado em 2019, com o planejamento do roteiro original na Costa Leste da América do Norte. Além de ter tido momentos incríveis e inesquecíveis, ficou o sentimento de quão forte pode ser nossa perseverança a realizar um sonho planejado com tanto carinho.  


Gostaria de deixar a minha gratidão ao Canadá, por ter me (deixado entrar! rs) recebido tão bem, ao Estados Unidos, por mais uma vez me proporcionar dias estupendos no estado de Nova York, aos meus amigos Vinycius e Laércio por terem me hospedado em sua casa com tanta hospitalidade e carinho, e ao meu amigo maravilhoso Luis Henrique por ter topado mais uma viagem comigo! 


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As minhas dicas para você fazer uma viagem como essa são essencialmente duas: força de vontade e planejamento. Vou explicar como elas atuam dentro de você para fazer algo assim sair do papel.


Força de vontade: isso é algo que quero passar que não vale só para viagens, mas também para vida. Vá até o limite. Tudo que fizer, vá até o limite. Seja curioso, vá até aonde ninguém foi. Saia do óbvio. A vida é muito curta para vivermos na zona de conforto. Queira ter, quando envelhecer, a memória de que você fez tudo. Você se desafiou constantemente. Então quando estiver montando seu roteiro, não deixe parques ou cidades de fora. Adicione. Deixa a sua curiosidade te levar para mundos que você nem imaginava que ainda existiam, como eu fiz com o Seabreeze.


Planejamento: não dá para fazer algo assim da noite pro dia. O meu planejamento começou em 2018. Foram 2 anos (e mais 1 extra) juntando dinheiro trabalhando para poder tirar do papel. Vamos aos passos que fiz para fazer essa viagem internacional:


1) Estabeleça uma linha do tempo. Saiba quando você quer fazer a viagem. Primeiro, defina o ano, depois o mês, depois a quantidade de dias. A partir daí, comece a juntar dinheiro.


2) Comece a ter os itens necessários para sair do Brasil. Estabeleça uma cronologia a partir de 1 ano antes da sua data planejada de embarque.

2.1) 1 ano antes: fazer passaporte.

2.2) 10 meses antes: conseguir o visto de turismo (se aplicável).

2.3) 8 a 6 meses antes: compra da passagem aérea e outros deslocamentos aéreos.

2.4) 5 a 4 meses antes: compra da hospedagem.

2.5) 4 a 3 meses antes: compra do aluguel do carro.

2.6) 3 a 2 meses antes: compra de ingressos.


Observação 1: É costume dos parques fazerem promoções para o ano seguinte durante a Black Friday em que os ingressos têm os preços derrubados. Não hesite em reordenar os passos para ter uma otimização financeira.


Observação 2: Se você visitar um ou dois mais parques da mesma rede, ou pretende fazer dois dias ou mais no mesmo parque, considere a compra de um Season Pass. Eles costumam dar acesso a todos os parques da rede e são mais baratos que ingressos de 2 dias.


3) Convide a pessoa certa para vivenciar seu sonho com você: viajar sozinho é maneiro, mas viajar com uma companhia legal torna a viagem ainda mais divertida! Pense naquela pessoa querida que é animada, gosta de aventuras e não molenga em viagens, e faça a proposta! É sempre bom dividir os custos de hospedagem e aluguel de carro


Viva a sua vida realizando sonhos. Lembre-se que o único investimento que nós levamos quando partimos desse planeta são as nossas memórias. 


Quanto custa viajar para o Canadá?

Data: Junho de 2022

Dólar americano: R$ 5,30

Dólar canadense: R$ 4,05

Período: 12 dias

Número de pessoas: 2


Custos:

1) Deslocamentos

Passagem aérea Rio de Janeiro-São Paulo-Rio de Janeiro: R$ 535,00

Passagem aérea São Paulo-Montreal/Toronto-São Paulo: R$ 2.577,00

Passagem aérea Montreal-Toronto: R$ 588,00


Aluguel de carro (1 dia) Nova York: R$ 320,00

Aluguel de carro (1 dia) Montreal: R$ 282,00

Aluguel de carro (2 dias) Toronto: R$ 650,00​


2) Hospedagem (preço por pessoa, dividido por 2)

5 noites em Montreal: R$ 432,50

5 noites em Toronto: Cortesia de nossos amigos Vinycius e Laércio ❤️

1 noite em Niagara Falls: R$ 250,00 


3) Ingressos

GP de Montreal: R$ 750,00

Passe Diamond da Six Flags: R$ 830,00

Canada's Wonderland - Regular Season Pass: R$ 400,00

Marineland: R$ 275,00H

arry Potter and the Cursed Child: R$ 500,00

CN Tower: R$ 200,00

Montanha-russa no Centreville: R$ 35,10

Méga Parc: R$ 100,00

Passeio de barco nas Cataratas do Niágara: R$ 165,00 


4) Diversos

Comida e compras: USD 1.000,00 (R$ 5.500,00)

Pedágios/Gasolina: USD 100 (R$ 550,00)


TOTAL (por pessoa):

R$ 8.890,00 (custos 1 a 3) + R$ 6.050,00 (custo 4) = R$ 14.940,00


Roteiro:

16/jun - Six Flags Great Adventure

17/jun - Chegada em Montreal / Montreal Exploring Day

18/jun - Six Flags Great Escape

19/jun - La Ronde / GP do Canadá

20/jun - Québec City

21/jun - Montreal-Toronto / Canada's Wonderland

22/jun - Toronto Exploring Day 

23/jun - Canada's Wonderland

24/jun - Seabreeze / Six Flags Darien Lake

25/jun - Niagara Falls

26/jun - Toronto Exploring Day

27/jun - Retorno ao Brasil


​“É muito difícil ir embora - até você ir embora de fato.

E então ir embora se torna simplesmente a coisa mais fácil do mundo.”

Cidades de Papel

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