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2021 All the Bright Parks Tour

Cidade do México | Guadalajara | Monterrey | San Antonio | Houston | Dallas | Atlanta | Charlotte | Pigeon Forge | Louisville | Cincinnati | Cleveland | Pittsburgh | Hershey | Filadélfia | Nova York | Hartford | Atlantic City | Ocean City | Washington | Richmond

30 de jun. de 2021

45 dias entre o México e os Estados unidos com mais de 200 montanhas-russas

Olá, parqueiro! Caso queira pular a introdução,

pode ir direto para cada parte específica da viagem

México

Texas (EUA)

Costa Leste (EUA)


Toda realização de um sonho começa com um "isso é impossível". Quantas vezes você já não quis fazer uma coisa e te disseram que não ia rolar, que você estava querendo fazer algo sem cabimento e totalmente impossível? Eu ouvi isso no momento que contei minhas intenções. Mas, como diria um certo Walt Disney, "se você pode sonhar, você pode fazê-lo".


​O desejo de fazer uma roadtrip gigante pelos Estados Unidos surgiu em 2018, logo após meu intercâmbio no Walt Disney World. Queria visitar os parques do país que estavam mais presentes no meu imaginário, aqueles que eu havia acompanhado suas inaugurações ao longo de mais de 10 anos: Carowinds, Dollywood, Kennywood, Hersheypark, Six Flags Great Adventure, Six Flags Over Georgia.... eram muitos. Além deles, mas ainda pertinho, no país vizinho Canadá, tinha o Canada's Wonderland e o La Ronde, sendo esse último ficando ao lado do meu circuito favorito de Fórmula 1. A Costa Leste da América do Norte oferecia um mundo de possibilidades e mais de 200 novas montanhas-russas.



Em 2018 mesmo consegui meu primeiro emprego, e comecei a juntar para fazer uma viagem que ainda nem tinha roteiro direito. Em 2019, o planejamento ganhou forma, já havia montado o dia a dia da viagem e estava pronto para começar a comprar o que precisava. Entre novembro e dezembro, já tinha em mãos as passagens aéreas, hospedagens e a maioria dos ingressos. Além disso, o Luís, um amigo tão apaixonado por viajar quanto eu, topou me acompanhar nesse sonho. A presença dele me deixou extremamente feliz em poder compartilhar algo que nasceu da minha cabeça com alguém que tinha o mesmo entusiasmo. Era só esperar Junho de 2020 ansiosamente. 


Mas, em 16 de Março de 2020, tudo foi pelos ares. A pandemia do novo coronavírus, agente causador da Covid-19 atingiu o mundo por completo e se tornou inviável fazer a viagem em Junho. Me lembro que no dia que tive o baque e a certeza de que não ia acontecer acredito que foi um dos dias que mais chorei na vida. Um sonho completo, que estava prestes a se tornar concreto, foi abaixo. Assim como milhares de outros sonhos ao redor do mundo. Assim como milhares de vidas interrompidas que não puderam colocar seu sonho para frente. Se você estiver lendo isso, agradeça por estar aqui. 


Baque tomado, era hora de botar os planejamentos na gaveta e juntar mais dinheiro, mas não desistir. O início de 2020 foi de muitas incertezas e de mais um percalço que eu não previa: por conta do trabalho, tive Síndrome de Burnout, que é o esgotamento mental com consequências no corpo físico.


O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) sempre me acompanhou desde criança, e por mais que eu já convivesse com alterações absurdas de adrenalina, o Burnout era algo que eu nunca havia vivido. Foram dois meses de licença médica para tratamento e recuperação, e durante essa licença, fiz uma lista de filmes intitulada "60 Filmes para Curar o Burnout". A meta era ver um filme por dia, além de ler livros. 


Durante esses dois meses, tinha um livro na minha estante que havia comprado na Bienal de 2019 chamado "Por Lugares Incríveis" (em inglês, All the Bright Places). Na época, havia comprado apenas pelo título, visto que o livro não tem uma sinopse reveladora. Quando comecei a ler, não conseguia mais parar. A história trata sobre dois adolescentes que estão passando por momentos difíceis criam um forte laço quando embarcam em uma jornada transformadora para visitar as maravilhas do estado de Indiana, nos Estados Unidos. Ao lado de Finch, Violet para de contar os dias e finalmente passa a vivê-los. O garoto, por sua vez, encontra alguém com quem pode ser ele mesmo, e torce para que consiga se manter "desperto".



Ver esses dois adolescentes juntos, que passam por momentos complicados e difíceis, ver na exploração de novos lugares no estado em que eles moram uma cura para toda a tristeza que sentiam, me emocionou de uma forma que não conseguia explicar. Além disso, o filme trata da saúde mental de forma direta, sem ter medo de mostrar na pele o que pessoas com alguma doença mental passam na nossa sociedade. Me emocionou em dobro, triplo, quádruplo. Ao terminar de ler o livro e ver o filme, adaptação feita pela Netflix, reafirmei para mim mesmo duas coisas: 1) que eu não estava morto e 2) que meu sonho não estava morto. Ele estava vivo e o nome da viagem iria se chamar "All the Bright Parks Tour" ou "Tour Por Parques Incríveis", em homenagem à história que tanto me tocou.



A licença médica passou, voltei a trabalhar e continuei focado a juntar mais dinheiro. Eu e meu amigo estávamos ansiosos para a reabertura dos EUA e do Canadá, mas os dias iam passando, um novo ano chegou (2021) e isso parecia bem improvável. Eu já estava ficando desanimado de novo quando, no meio de um lamaçal no Parque Nacional de Jericoacoara, debaixo de chuva, meu amigo me manda a seguinte mensagem:


​"E se a gente fizesse a quarentena no México?"




A mensagem veio para mim como um choque. Eu achava essa ideia desde o início meio absurda. Mas, quando ele falou que muitas pessoas estavam fazendo isso e não tinham enfrentado problemas, comecei a pesquisar e vi que era possível fazer os 15 dias no México por conta da moeda mexicana ser desvalorizada perante o Real. Vi que o dinheiro a mais que havia juntado dava certinho.


Além do mais, nossos empregos permitiam que fizéssemos home office. Replanejamos, refizemos o roteiro, adicionamos os 4 parques do México e ainda tinha o Canadá. Infelizmente o país não reabriu a tempo da viagem e ele foi substituído pelo Texas. O estado pertinho do México foi escolhido para ser nossa porta de entrada nos EUA, já que estávamos pertinho. Compramos o que tinha que comprar, remarcamos os ingressos, e estava tudo pronto.​



Parte I: México

No dia 29 de Junho de 2021 embarcamos de São Paulo à Cidade do México. Nas nossas mãos, uma pequena garrafa de Chandon para comemorar, cortesia do nosso cartão de crédito. Depois de tanto tempo, tanta coisa que aconteceu, nada mais impediria a gente de embarcar naquele avião da Latam.​



O Luís havia me dito que a imigração mexicana era complicada, principalmente porque eles tinham a missão de barrar com qualquer “mula” (ajudantes de traficantes de drogas). Estava munido com todos meus documentos na mão: passaporte, comprovantes de todas as reservas, incluindo a passagem de volta, que é muito importante, e ingressos. Porém, quando o oficial viu o passaporte do Luís cheio de entradas prévias no México, fez uma imigração tranquila e só perguntou quanto de dinheiro tínhamos disponível para os 15 dias. Havia levado 8.000 pesos mexicanos (R$ 2.300), mais do que o suficiente para o período de quarentena.



​A Cidade do México não é muito diferente de São Paulo. Gigantesca, lotada de gente, muitas opções de transporte público, diversas manifestações culturais e gastrômicas, e pessoas de todos os tipos. Exatamente o que eu esperava de uma das maiores cidades da América Latina.


Ficamos no Hotel MX Forum Buenavista, uma localização estratégica: estávamos em frente ao metrô, ao trem, ao BRT e a um dos maiores shoppings da cidade. O hotel inicialmente nos colocou em um quarto com cheiro de esgoto, mas depois de apenas algumas horas dentro do quarto, vimos que a situação era impraticável e pedimos a troca. Sem mais cheiros estranhos, iniciamos nosso período de 15 dias em solo mexicano. Foram 15 dias recebendo um café da manhã composto por pão de forma com alface e tomate, iogurte e uma garrafa enorme de suco. Ao final do período, tínhamos 14 garrafas de suco intactas.


Palácio de Belas Artes na Cidade do México

​Primeira coisa a se fazer em qualquer viagem internacional longa: visitar o mercado. Escolhemos o Walmart, que também estava pertinho do hotel. Meu primeiro choque foi ver uma prateleira cheia de carrinhos Matchbox, marca que havia saído do Brasil e agora está retornando aos poucos. Mas teve tudo que eu esperava em um Walmart mexicano: papas fuego, garrafas gigantescas, frutinhas da época e o melhor: padaria a quilo! Levei uma cacetada de donuts.​





Nota para a alimentação no México: o país tem uma variedade enorme de culinárias, e tudo é muito bem servido. As peças japonesas, por exemplo, são aproximadamente 1,5x maior que no Brasil, assim como os hamburgueres e pizzas. A comida não é cara, exceto se você querer comer em um restaurante a la carte, por exemplo. Eu não me adaptei à comida mexicana raiz. Os temperos usados não casaram muito bem com meu estômago, infelizmente. ​


TUDO tem pimenta!

A cada dia tentávamos explorar um pouco mais da cidade: conhecemos o Palacio de Bellas Artes, uma icônica construção da capital, o Café de los Azulejos, a Plaza de la Constituición (Zócalo) em que ficam as ruínas astecas do Templo Mayor, a Catedral Metropolitana e o Palacio Nacional e o Monumento de la Revolucion. Todos os monumentos da Cidade do México estavam cercados por tapumes diante de restaurações pendentes a fazer.


Zócalo
Templo Mayor
Monumento de la Revolución

A Avenida Paseo de la Reforma é a avenida mais famosa da cidade, e que corta boa parte do centro. No seu percurso, estão o ShakeShack, famoso restaurante fast-food dos EUA que possui lanches diferenciados, o Él Angel de la Independencia, uma escultura banhada em ouro, símbolo da cidade, e vários prédios enormes do Centro Financeiro. No final da avenida, está o Bosque de Chapultepec, enorme parque urbano com três setores diferentes. 


Avenida Paseo de la Reforma

No primeiro setor, estão o Castillo de Chapultepec, uma antiga residência real e usado na guerra contra os Estados Unidos, o Museu Nacional de Antropologia, um dos maiores museus que tive a oportunidade de conhecer voltado ao estudo antropólogo, e que resgatou minhas raízes de estudante de Turismo e Ciências Humanas, e o Zoológico de Chapultepec, com uma variedade enorme de animais. Era no segundo setor que a La Feria de Chapultepec, um parque de diversões estilo o Playcenter, se localizava, e que em breve será convertido no parque multicultural Aztlán. 



Castillo de Chapultepec

Zoo de Chapultepec

Museu de Antropologia com Pedra do Sol

Vivemos algumas situações meio doidas na Cidade do México, como aversão à gordura presente na comida clássica mexicana, motoristas que pareciam dirigir em uma luta livre (não era a toa que a maior parte dos carros da cidade eram batidos), linhas de metrô claramente sobrecarregadas e sem reforma há anos e faixas de pedestres que não eram respeitadas pelos veículos – eles eram quem decidiam quando e onde parar para deixar as pessoas atravessarem.



O primeiro parque de diversões da 2021 All the Bright Parks Tour foi o Kataplum, localizado no extremo sudeste da Cidade do México, no shopping Parque Las Antenas. Para vocês terem uma ideia de como foi longe chegar nele, pegamos metrô e depois do metrô ainda pegamos um Uber que levou mais uma hora para chegar. Estava chovendo, mas conseguimos ir em todos os brinquedos!



Montanha-russa Insomnio e frisbee Patatús no Kataplum

No dia seguinte ao Kataplum, não resistirmos em ir logo à estrela da cidade: o Six Flags México. A surpresa de visitar esse Six Flags foi extremamente gratificante, ao vermos um parque com um serviço maravilhoso, boas atrações e montanhas-russas que amei demais! O padrão é melhor do que muitos parques da rede nos Estados Unidos. Fico muito feliz de termos um parque desses na América Latina. Os dois parques são complementares, e não existe visita a Cidade do México se não visitar obrigatoriamente os dois. Acredite em mim! Não ligue para a distância.



Montanhas-russas Medusa e Superman no Six Flags México

Mas, nem só de parque vive o homem, e ir ao México sem conhecer o sítio arqueológico de Teotihuacán seria um crime cultural inafiançável. A zona arqueológica daquela que foi a maior cidade do mundo, construída por uma civilização anterior da Asteca, é imensa e te deixa boquiaberto quando você pisa nela. O passeio é debaixo de sol forte, então a proteção contra os raios ultravioleta é essencial. Leve boné, óculos escuro, água e comida de abundância. Anda-se muito, mas a recompensa de você estar conhecendo uma história tão antiga é extremamente gratificante. Um outro momento muito legal do passeio em Teotihuacán foi conhecer a produção artesanal de tequila e mezcal (com direito à famosa larva no fundo da garrafa). Sim, tivemos doseS grátis!​


Pirâmide do Sol
Centro do sítio arqueológico

Mesmo com 15 dias na Cidade do México, precisávamos trabalhar a maior parte dos dias, somente com exceção dos fins de semana. Isso impedia de fazermos certos passeios. Então, existem ainda muitos outros pontos turísticos que não conseguimos ir e merecem ser visitados na capital mexicana, como os canais de Xochimilco.


Porém, aproveitamos a oportunidade de estar em solo mexicano e no próximo fim de semana, embarcamos em direção à uma aventura intermunicipal: no sábado, visitaríamos Guadalajara e no domingo, visitaríamos Monterrey. Motivo: seus parques de diversões.​ Guadalajara, lar do parque Selva Mágica, é uma das maiores cidades do México, e está pertinho da cidade de Tequila, de onde saiu a mais famosa bebida mexicana.



Montanha-russa Bullet e barco 360º Nao de China no Selva Mágica

Além disso, é a cidade que é o berço da cultura mexicana, e lar dos mariachis mais tradicionais do país. Na Plaza de Armas, principal praça da cidade, você pode acompanhar a performance de muitos mariachis e outros grupos culturais. Não deixe de visitar a Catedral Metropolitana, em lindo estilo rococó, e os edifícios ao redor, como o Teatro Degollado e a Paróquia de Santa María de Gracia. O distrito histórico, Tlaqueplaque, é cheio de lojinhas em prédios com arquitetura típica mexicana e restaurantes maravilhosos com uma culinária local. Enquanto estávamos em Tlaqueplaque, um temporal, felizmente passageiro, atingiu a cidade e pensávamos que íamos ficar ilhados e perder o voo de volta para a Cidade do México.


Centro de Tlaqueplaque
Dança mexicana no centro de Guadalajara
Catedral de Guadalajara

Monterrey, lar do (agora, extinto) parque Bosque Mágico, é uma cidade mineradora/siderúrgica, algo fácil de constatar olhando para a silhueta do lugar – são milhares de chaminés e caldeirões, para onde você olhar. Começamos o dia no Parque Fundidora, um imenso parque urbano que foi construído ao redor das ruínas de uma antiga siderúrgica, hoje restaurada e convertida em um museu.



Montanhas-russas Zombie Ride e Tornado no Bosque Mágico

Você pode conhecer toda a estrutura do local, caminhando pelos túneis e maquinaria, aprender sobre física e química envolvida na mineração e ver um show especial sobre o antigo forno. No Fundidora ainda se localiza o Aquamundo, antigo Plaza Sésamo, que pelo preço alto e falta de atrações mecânicas para adultos funcionando, decidimos não entrar. Para encerrar a manhã em Monterrey, caminhamos pelo Paseo Santa Lucía até a Macroplaza, uma praça retangular gigante onde estão os principais edifícios da cidade, incluindo o Palácio e Museu do Governo do Estado, todo em arquitetura espanhola.​


Palácio do Governo do Estado

Estrutura e forno da antiga fundição de metal

Com o teste negativo de COVID-19 em mãos, embarcamos da Cidade do México para San Antonio, nos Estados Unidos, começando o Ato II da nossa viagem.


Parte II: Texas

Apesar do atraso do voo da Aeroméxico, chegamos em San Antonio no início da tarde. A companhia aérea já havia enviado nossos testes negativos de covid e comprovação da estadia de 14 noites para a imigração dos EUA, então nossa entrada no país foi muito tranquila. A moça só perguntou quanto de dinheiro estávamos levando e quanto tempo ficaríamos no país. Quando dissemos 30 dias, ela levou um susto, mas explicamos que iríamos fazer roadtrip.



Alugamos o carro com a Dollar. O aluguel de carro nos Estados Unidos exige uma taxa adicional para devolução em outra cidade, o que acaba encarecendo o aluguel. Porém, o preço da gasolina é bem tranquilo, variando de USD 2,80 a 3,10. Ganhamos, inclusive, um presente: apesar de termos alugado carro econômico, saímos com uma Mitsubishi Outlander. A primeira coisa que decidimos fazer foi almoçar em um In 'N' Out, uma rede de fast-food famosa em todo oeste dos Estados Unidos. O diferencial deles está em um menu simples e lanches muito, mas muito gostosos! 



Foram quatro horas e meia de muito engarrafamento na estrada até Houston e seus parques de diversões no litoral, Kemah Boardwalk e Galveston Island Historic Pleasure Pier. Teve de tudo: evasão de pedágio (foi sem querer, tá? Não sabíamos que faixa pegar), saídas erradas, e ficar levemente perdidos. Nos divertimos muito nos parques, porém o primeiro BO apareceu: por conta do engarrafamento e dos atrasos do voo, estávamos mortos. Já eram 22h e não havia condição nenhuma de pegar as mesmas 4 horas de estrada para San Antonio.


Kemah Boardwalk
Galveston Island Historic Pleasure Pier

Paramos em um motel qualquer na cidade de Katy, onde morremos em uma noite de hospedagem super-faturada de USD 80 (as noites em motéis normalmente são de USD 20 a USD 50). Além disso, perdemos a nossa hospedagem de San Antonio. Depois de uma boa noite de sono, chegamos ao Six Flags Fiesta Texas em San Antonio e tivemos um dia maravilhoso. O parque tem um nível alto comparado aos outros Six Flags e sem dúvidas é um dos top 5 da rede. Depois do parque, chegamos no motel que havíamos conseguido de última hora. A recepcionista ficou incrédula que viemos do Brasil atrás de montanhas-russas. Mas ela adorou. Ah, a piscina do motel dela parecia que a qualquer momento iria sair um Demogorgon dela (criatura de Stranger Things).



Montanhas-russas Wonder Woman e Iron Rattler no Six Flags Fiesta Texas

Nos conectamos com os animais marinhos no SeaWorld San Antonio, que possui uma das montanhas-russas que mais gostei de toda viagem! O ambiente é super diferente de Orlando, o que o torna um parque com identidade única. Além disso, é o único SeaWorld com montanha-russa de madeira!​



Encontro com beluga e montanha-russa Steel Eel no SeaWorld San Antonio

No dia seguinte, seguimos em direção à Dallas passando pela capital do Texas, Austin. Chegamos ao Six Flags Over Texas, o primeiro Six Flags criado, bem cedo e deu para aproveitar as inúmeras atrações do parque. O Over Texas também é um dos melhores de toda rede e está de parabéns pelo nível de serviço e diversão apresentado!



Montanhas-russas New Texas Giant e Shockwave no Six Flags Over Texas

A despedida do Texas foi visitando o distrito histórico de Forth Worth, Stockyards, uma cidade do Velho Oeste muitíssimo bem preservada e ainda ativa. Tudo que eu cresci vendo em Wild West no Hopi Hari estava ali, diante dos meus olhos! Confesso que caiu uma lágrima. Stockyards tem tudo que você pode imaginar em uma cidade do faroeste. Saloon com muito barbecue e uma carne maravilhosa (Riscky's BBQ ❤), exposição dos touros de chifres longos e até mesmo um labirinto! O labirinto foi um dos momentos mais lúdicos da minha vida toda, especialmente porque não tinha entrado em um ainda e me senti como os visitantes do Rollercoaster Tycoon 2 tentando pular para ver a saída. Essas sensações são inexplicáveis!







Nossa estadia no Texas foi recheada de calor, ainda mais pelo clima árido do estado. Vimos que nem todo mundo usa bota e chapéu de vaqueiro, mas todo mundo têm bota e chapéu de vaqueiro. Em TODO LUGAR vende! Curiosidade: os texanos são extremamente ligados comercialmente com os pecuaristas do Brasil.​ Passagem para Atlanta na mão, era hora de embarcar rumo ao terceiro ato da 2021 All the Bright Parks Tour: o interior leste dos EUA.


Parte III: Costa Leste​ (Interior)

A chegada no Aeroporto Internacional de Atlanta não foi fácil. Estava tarde da noite e caindo uma tempestade torrencial na cidade, e o preço do Uber estava absurdo de alto (papo de R$ 500). O aeroporto ficava um pouco longe da região que queríamos ir, então pegamos o metrô até a estação mais próxima de Austell. Logo na hora de comprar a passagem nas máquinas, um cara tentou nos vender passagens falsas superfaturadas! Quando chegamos na estação de Hamilton Holmes, foi um milagre ter conseguido um Uber que nos levasse, pelo horário e pela chuva.



Austell é a cidade que fica o Six Flags Over Georgia, o segundo parque da rede criado. O Six Flags fica a 16 minutos de carro do centro de Atlanta, mas como não estávamos com tempo de bater perna na cidade, optamos por uma hospedagem ao lado do parque. No dia seguinte, já estávamos no aeroporto cedo para pegar o voo para Charlotte.



Montanhas-russas Dare Devil Dive e Blue Hawk no Six Flags Over Georgia

Charlotte, na Carolina do Norte, é a cidade que fica o Carowinds. Na verdade, além de ter uma coleção incrível de montanhas-russas, esse parque é dividido ao meio pelos limites geográficos da Carolina do Norte e da Carolina do Sul! Depois de ter pego o nosso carro minúsculo Chevrolet Spark com a Alamo (dessa vez realmente foi econômico!), começamos o que seria 25 dias de viagens pela estrada, por todo o interior leste dos Estados Unidos. Como ninguém é de ferro, tiramos o dia seguinte ao Carowinds para descansar fazendo compras no outlet de Charlotte. Que saudades de entrar num outlet! Consegui tênis super baratos na loja da Nike, pagando metade do valor que pagaria no mesmo modelo no Brasil! Após nossos delírios de consumo, subimos para Pigeon Forge.



Montanhas-russas Fury 325 e Copperhead Strike no Carowinds

Pigeon Forge é uma cidade que fica no interior leste do Tennessee, no meio das Grandes Montanhas Fumegantes. A estrada é uma serra muito tranquila, com pistas largas e que te dá uma paz absurda. Tinha horas que abríamos o vidro só para sentir o ar puro (mas morrendo de medo que o vento desestabilizasse nosso pequeno carrinho). Se eu fosse caracterizar Pigeon Forge de forma rápida, diria que é uma "mini Orlando". A cidade é cheia de atrações, e sua principal tem shoppings com brinquedos, vários restaurantes temáticos e de fast-food, exposições interativas, outlets e montanhas-russas de trenó de montanha, como a Smoky Mountain Alpine Coaster (como o Yoohoo do Unipraias e o Trenó do Alpen Park). Dá para ver a influência do country em todo lugar. Aliás, a principal atração de Pigeon Forge, o lindo e perfeito parque temático Dollywood, foi idealizado pela própria Dolly Parton, ícone do country nos Estados Unidos.



Montanhas-russas Firechaser Express e Lightning Rod no Dollywood

Foi em Pigeon Forge que tivemos o terceiro perrengue em relação à hospedagem: quarto lotado de mofo. Não era visível, mas o cheiro estava ali. Por um milagre não fiquei atacado da alergia, mas pegou em cheio a garganta do Luís. Esse é um dos percalços que a hotelaria dos Estados Unidos pode trazer. Reunindo forças do chão, seguimos para o nosso próximo parque em Louisville, estado de Kentucky, fazendo um dos percursos mais longos da viagem.


O parque de diversões de Louisville é o Kentucky Kingdom, que já havia visitado em 2016. O parque trouxe algumas atrações novas, como a montanha-russa Kentucky Flyer. Além do Kentucky Kingdom, Louisville pode ser base para você visitar o Holiday World, parque que tem as melhoras montanhas-russas de madeira dos Estados Unidos e do mundo! Ah, você sabia que ele é tematizado de acordo com os feriados mais famosos do país? Tem Natal, Ação de Graças, Halloween... Super diferente e somente a 1 hora de Louisville, na cidade de Santa Claus, Indiana.



Montanha-russa Lightning Run e brinquedo Flying Machines no Kentucky Kingdom

Montanhas-russas The Voyage e Thunderbird no Holiday World

Em Louisville, encaramos mais um perrengue de hospedagem: o hotel em que havíamos feito a reserva simplesmente havia trancado a recepção e não tinha ninguém para fazer nosso check-in! Esperamos durante uns 45 minutos e realmente ninguém apareceu. Tivemos que escolher um outro hotel aleatório em que gastamos mais do que o previsto. Pelo menos, o quarto era novinho e a cama era super de boa!


De manhã, seguimos em curto percurso até o Kings Island, localizado em Cincinnati, estado de Ohio. Também já havia visitado esse parque em 2016, e fiquei muito feliz ao ver a nova giga montanha-russa deles funcionando a todo vapor! O Kings Island é um dos principais parques temáticos dos Estados Unidos e possui uma coleção invejável de montanhas-russas!



Montanhas-russas Diamondback, Orion (azul), The Racer (branca) e brinquedo Windseeker no Kings Island

A partir de agora, a emoção não veio só dos parques temáticos. Eu nem sei como a gente saiu vivo dessa parte da viagem, especialmente o Luís, que dirigia. A partir de Cincinnati, nós deveríamos seguir o caminho natural geográfico, Cincinnati > Sandusky > Pittsburgh > Hershey.​


Porém, fomos trollados pelo Cedar Point, que fica em Sandusky, estado de Ohio, o que seria nosso próximo parque. A data do nosso tour pelo backstage foi trocada, então tivemos que ir para Pittsburgh, na Pensilvânia, primeiro, para poder estar presente na nova data que eles marcaram. Sendo assim, chegamos ao Kennywood, um parque de diversões centenário e que sobrevive até hoje misturando brinquedos clássicos e brinquedos modernos. Sensacional!



Montanhas-russas Steel Curtain e Phantom's Revenge no Kennywood

Depois disso, pegamos um amigo nosso, o Feliphe, no aeroporto de Pittsburgh, e dirigimos 5 horas até a cidade de Hershey, no meio do estado da Pensilvânia, onde fica o parque de diversões do chocolate Hershey, o Hersheypark. Durante esse trecho, enquanto estávamos ouvindo Katy Perry, um caminhão nos empurrou para fora da pista. NUNCA MAIS colocamos Katy Perry no rádio. Nunca mais. Apesar do susto, aproveitamos bastante o dia cheio de chocolate no Hersheypark.



Entrada e montanha-russa Storm Runner no Hersheypark

No próximo dia, partimos para o Cedar Point em mais uma longa viagem de 5 horas (era muita vontade de fazer esse tour do backstage). O Cedar Point fica numa península/ilha na cidade de Sandusky, e todo seu redor é banhado pelo lago Erie. Seu primeiro dia no paraíso das montanhas-russas foi tranquilo, comigo podendo matar a saudade da minha montanha-russa favorita, a Maverick.



Montanhas-russas Steel Vengeance e Maverick no Cedar Point

Durante o dia... adivinha... recebemos a notícia que o tour de backstage, que seria feito no dia seguinte, havia sido cancelado de vez. Sem possibilidade de remarcação... eu não consigo descrever aqui o tamanho da raiva que senti. Pensei que ia entrar em combustão espontânea. Toda a desgraça feita e vivida no roteiro para fazer esse tour acontecer... de nada adiantou. Enfim, pelo menos não teríamos que acordar 4h da manhã. Seguimos para o segundo dia (bem mais cheio) e eu pelo menos gastei o dinheiro reembolsado do tour num fastpass e fiquei de patrão no Cedar Point o dia inteiro. Mais de 10 vezes na Maverick!


Voltamos para o meio da Pensilvânia em mais uma viagem de 5 horas até o Knoebels, um parque de diversões familiar construído no meio da floresta. Foi uma das experiências mais surreais que já vivenciei, especialmente pelo parque não ser gradeado, seu chão ser de terra, e os brinquedos carregarem a nostalgia. É no Knoebels que fica a melhor montanha-russa de madeira do mundo, a Phoenix. O entardecer e a noite no parque foram mágicas. Completamente mágicas.



Lendária montanha-russa Phoenix e noite no Knoebels

Mas, a magia acabou quando entramos numa floresta deserta tarde da noite na ida do parque ao hotel. Quando finalmente achamos o hotel, o hotel havia perdido nossa reserva. Eram 23h da noite e simplesmente não havia mais hotel disponível na região. Desesperados, começamos a procurar hotel, sem sucesso. Essa busca nos deixou sem gasolina no meio da floresta. Tínhamos dois problemas para resolver: a gasolina e a hospedagem. Felizmente, depois de algumas tentativas, achamos um posto que tinha gasolina. Mas aí nosso cartão não passava. Por um milagre, um passou. Certeza que foi milagre.


Fomos achar um hotel por milagre no Booking, a 1h30 de onde estávamos. O esgotamento veio. Todos esses perrengues e aumento no tempo de direção me fizeram acreditar que não conseguiríamos ter forças para terminar a viagem. Foi nesse nível de surto total que terminamos o Ato III. Mas, depois de uma grande noite de sono, fomos ao próximo parque mais relaxados e começamos o quarto e último ato.


Parte IV: Costa Leste​ (Litoral)


O Dorney Park é o parque de diversões mais próximo da Filadélfia, maior cidade da Pensilvânia. Apesar do dia chuvoso, conseguimos fazer todas as atrações! A chuva afastou boa parte do público fazendo com que montanhas-russas incríveis ficassem ao nosso dispor totalmente. Ainda tivemos direito a um baile de Carnaval! Que saudades eu estava... Estávamos relutantes em começar o Ato IV porque sabíamos que seria a última parte da viagem e não queríamos ir embora, mas, também estávamos aliviados por termos deixado todos os perrengues para trás. Depois que partimos da Filadélfia, seguimos em direção ao extremo nordeste dos Estados Unidos, onde ficam os estados de Connecticut e Massachusetts.



Montanhas-russas Hydra: The Revenge e Steel Force no Dorney Park

No caminho, vislumbramos o que seria uma das nossas paradas: a cidade de Nova York. A estrada variava de cidade para floresta, uma das transições mais bonitas que vimos. Nessa região dos EUA moram muitos brasileiros, especialmente os que trabalham como au-pair ou intercambistas. Inclusive, o parque que vimos mais brasileiros, acreditem, ficava no meio do nada. O Lake Compounce, outro parque centenário, fica em Bristol, a poucos minutos de Hartford. Seu ambiente é parecido com o do Kennywood, misturando atrações antigas e nostálgicas com brinquedos modernos. Sentimos uma imensa paz, apesar de termos experimentado a pior montanha-russa de toda viagem!​



Montanhas-russas Phobia e Boulder Dash no Lake Compounce

Em Hartford, matamos a saudade de um velho conhecido: O Outback. Depois de tantos hambúrgueres e pizza, comer uma carne bem preparada foi muito bem-vindo. Reenergizados, no dia seguinte seguimos para o Six Flags New England, localizado a 1 hora e meia de Boston. Sua inauguração foi em 1870, mas a Six Flags só foi começar a opera-lo em 1999, fazendo dele o parque Six Flags mais antigo em funcionamento. Sua localização, à beira do rio, é única! Nós gostamos tanto da Superman: The Ride no Six Flags New England que no dia seguinte fomos no parque novamente só para andar nela de novo. Chegamos na abertura, e demos mais duas voltas! Com um monte de adrenalina no corpo, fomos em direção ao Nickelodeon Universe e à cidade de Nova York.



Montanhas-russas Wicked Cyclone e Superman no Six Flags New England

O parque da Nickelodeon em Nova York fica no gigantesco shopping American Dream, do lado oeste à ilha de Manhattan. Foi uma das maiores surpresas da viagem, visto que as atrações eram para todo tipo de público, mesmo sendo um parque de desenhos infantis. Foi uma delícia andar na montanha-russa mais íngreme do mundo e recordar os desenhos mais nostálgicos da minha infância!



Rugrats e montanha-russa TMNT Shellraiser no Nickelodeon Universe

​Na volta do Nickelodeon Universe e ao ver a placa "entrando em Nova York", surtamos de novo por vários motivos: 1) o pedágio de entrada e saída de Nova York é USD 16 (quase R$ 100); 2) Os nova-iorquinos são extremamente agressivos no trânsito, sem prática de boas maneiras; 3) os estacionamentos da cidade para passar a noite são caríssimos, chegando até USD 120 as 24 horas (aproximadamente R$ 800). Os gastos rodoviários não foram pensados por nós antes de ir, e aprendemos nossa lição. Também não temos mais vontade de dirigir por Nova York.


Nova York

O Pod 51 é um dos hotéis mais baratos da ilha de Manhattan e é maravilhoso: são quartinhos pequenos, mas aconchegantes e bem conservados. O banheiro é no corredor, mas é privado. Só você fica dentro do banheiro. Só não pode esquecer de trancar a porta nem esquecer a toalha! Quando for a Nova York, procure ficar na ilha de Manhattan, pois hotéis no Bronx, no Brooklyn e no Queens acabam tendo que ter grandes deslocamentos aos pontos turísticos principais.



O Six Flags Great Adventure é o maior parque de diversões perto da cidade de Nova York. Localizado em Jackson, no interior do estado de Nova Jersey, é um dos principais da rede Six Flags e um dos maiores parques do mundo. Em um só lugar, você tem a maior montanha-russa do mundo em altura, Kingda Ka, parque aquático e safari. Se tornou meu parque Six Flags favorito com facilidade. Me diverti a beça!



Montanhas-russas El Toro e Kingda Ka no Six Flags Great Adventure

Mas, a cidade de Nova York também reservas emoções fortes. Em uma das regiões mais famosas do mundo, a Coney Island, um centro de entretenimento no Brooklyn está o Luna Park e o Deno's WonderWheel Park. Juntos, transformam Coney Island de fato numa ilha de diversão! Depois de nos cansarmos de tanto nos divertir, ainda fomos presenteados com uma belíssima queima de fogos!




Montanha-russa Cyclone, visão do Luna Park e noite na Wonder Wheel

Ir à Nova York é sempre um sonho, então quis repetir o lugar que mais amei conhecer nessa cidade (Highline), e junto com o Luís conhecer lugares novos. Fomos até o Starbucks Reserve, uma loja especial da Starbucks com produção ao vivo de café; Central Park Zoo, que infelizmente não encontrei Alex, o Leão; o The Vessel, uma escultura-prédio gigantesca fechada por oferecer risco à vida humana; o Whole Foods Market, uma espécie de Walmart da vida saudável e a realização de um sonho: ver Nova York do alto, sem nuvens.


Highline
Central Park Zoo
The Vessel
Starbucks Reserve
Times Square

Em 2018, eu subi no topo do Rockefeller Center à noite mas a cidade só tinha nuvens de chuva. Era minha obrigação moral subir no topo, dessa vez, do Empire State Building e ver a imensidão da Big Apple com o céu limpinho. Consegui. Sou uma pessoa realizada demais.Em Nova York também realizei outro sonho: a compra do Castelo de Hogwarts de LEGO, um dos maiores sets da marca já criados, com mais de 6.000 peças! Vocês não queiram saber o rolê que foi para levar isso ao Brasil, mas o resultado final, depois de seis de montagem, valeu o esforço!🤩



Diferentes visões de Manhattan de cima do Empire State Building

Os gastos com pedágio não paravam à medida que avançávamos pelo estado de Nova Jersey e íamos em direção aos píers. As principais rodovias do estado têm pedágio, então mais dinheiro nosso foi levado pelas cabines... A sorte é que o pedágio nos EUA é calculado pela distância da sua entrada na rodovia até a saída que você pegou. Em alguns casos, pagamos bem barato.


Os píers de Nova Jersey são parques à beira-mar, em praias com aspecto selvagem. O primeiro que visitamos foi o Steel Pier em Atlantic City, uma cidade famosa por cassinos. Seguimos até a lindinha Ocean City, onde fica o extraordinário Playland's Castaway Cove. Por último, chegamos ao Morey's Piers, dividido em três piers diferentes na cidade de Wildwood. Infelizmente, quando chegamos ao Morey's Piers, caiu uma chuva torrencial e não aproveitamos quase nada do parque, que tinha a maior parte de suas atrações fechadas. Essa chuva que nos atingiu no Morey's Piers iria nos acompanhar até o fim da viagem. Quando chegamos no hotel após os píers, a recepcionista no nosso check-in nos deu um pano de chão. Não entendemos o porquê. Quando acordamos, entendemos. O quarto estava alagado, com água por toda parte.


Brinquedo radical Booster no Steel Pier
Montanha-russa Galeforce no Playland's Castaway Cove
Montanha-russa Boomerang e roda-gigante no Morey's Piers

O dia seguinte foi de céu azul por completo e muito sol. Dirigimos até Baltimore, onde o Luís pôde ver um dos museus ferroviários mais importantes dos EUA e eu fui ver o estádio do time de futebol americano Baltimore Ravens para fazer uma chamada em tempo real para dois amigos torcedores. Mas, nosso destino final era Washington, a capital dos Estados Unidos da América. Não tinha muito interesse de visitar todos os edifícios governamentais por dentro, apenas um: o Museu Smithsonian Aeroespacial e não saí decepcionado! O lugar é totalmente diferente de qualquer espaço cultural dedicado ao espaço que já fui!


Estádio do Baltimore Ravens

Museu Smithsonian Aeroespacial

O National Mall é imenso, muito maior que a Esplanada dos Ministérios em Brasília. Não recomendo andar entre os prédios, a não ser que você tenha pernas de aço. A nossa estratégia foi estacionando o carro em cada quarteirão de interesse. Começamos pelo Capitólio, Livraria do Congresso e Supremo Tribunal Federal; Washington Monument (obelisco) e Casa Branca e por último, Lincoln Memorial, onde presenciamos mais um belíssimo pôr-do-sol.


Washington Monument
Supremo Tribunal Federal
Lincoln Memorial


Casa Branca

O parque de diversões que fica em Washington é o Six Flags America, uma das grandes surpresas da rede Six Flags. Ele não é o maior, nem o melhor, mas possui ótimas atrações, como montanhas-russas gigantescas e raras no mundo, além de ser super conservado! Nesse dia, tomamos o primeiro grande susto meteorológico: faltando 1 hora para o parque fechar, o alto-falante do parque anuncia: "AVISO DE TORNADO. PROCURE ABRIGO IMEDIATAMENTE!". 



Montanhas-russas Batwing e Joker's Jinx no Six Flags America

Nós não sabíamos se ficávamos embaixo de uma loja ou íamos embora, mas tomamos a decisão de sair e pegar a estrada. Com certeza foi a chuva mais forte que já pegamos na vida e fomos muito corajosos em desbravar com aquele carrinho aquela quantidade de água. Do nada, simplesmente abriu o sol e o céu azul, e assim descobrimos que na verdade estávamos na "barra" do tornado, a região afetada pela ação dele, o tornado, e não no tornado em si. Fomos no Outback mais uma vez para comemorar nossa sobrevivência.


Depois da capital, seguimos para a última cidade: Richmond, no estado da Virgínia. Richmond tem dois parques de diversões: Kings Dominion e Busch Gardens Williamsburg (sim, não tem Busch Gardens só em Orlando!). Começamos pelo Kings Dominion, onde experimentamos a mais forte e a melhor montanha-russa dessa viagem e da vida: Intimidator 305. Ela foi capaz de fazer a gente dar leves apagões diante ao aumento do tamanho da ação da força da gravidade sobre nós!



Montanhas-russas Intimidator 305 e Twisted Timbers no Kings Dominion

Sabíamos que os Estados Unidos tem um histórico de umas pessoas meio doidas, mas não imaginávamos ver no nosso hotel. Quando chegamos exaustos, vimos um cara ameaçando uma mulher com um facão enquanto brigavam no corredor do hotel. Bizarro! Só fugimos dali e fomos lavar o carro...


O último dia reservava para nós o Busch Gardens Williamsburg, e o encerramento não podia ser melhor! O parque temático tem como tema os países da Europa, e não tem uma única montanha-russa ruim! Fiquei muito feliz de conhecê-lo especialmente porque foi um dos primeiros parques que conheci pesquisando na Internet. Assim, chegamos ao fim. Obrigado por ter lido até aqui e espero que você tenha conseguido imaginar um pouco do que eu vivi através das letras aqui escritas. A 2021 All the Bright Parks Tour foi um momento muito importante na minha vida e que ficará para sempre marcada no meu coração.



Montanhas-russas Griffon e Alpengeist no Busch Gardens Williamsburg

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As minhas dicas para você fazer uma viagem como essa são essencialmente duas: força de vontade e planejamento. Vou explicar como elas atuam dentro de você para fazer algo assim sair do papel. Força de vontade: isso é algo que quero passar que não vale só para viagens, mas também para vida. Vá até o limite. Tudo que fizer, vá até o limite. Seja curioso, vá até aonde ninguém foi. Saia do óbvio. A vida é muito curta para vivermos na zona de conforto. Queira ter, quando envelhecer, a memória de que você fez tudo. Você se desafiou constantemente.


Então quando estiver montando seu roteiro, não deixe parques ou cidades de fora. Adicione. Deixa a sua curiosidade te levar para mundos que você nem imaginava que ainda existiam, como eu fiz com o Knoebels. Planejamento: não dá para fazer algo assim da noite pro dia. O meu planejamento começou em 2018. Foram 2 anos (e mais 1 extra) juntando dinheiro trabalhando para poder tirar do papel. Vamos aos passos que fiz para fazer essa viagem internacional:


1) Estabeleça uma linha do tempo. Saiba quando você quer fazer a viagem. Primeiro, defina o ano, depois o mês, depois a quantidade de dias. A partir daí, comece a juntar dinheiro.


2) Comece a ter os itens necessários para sair do Brasil. Estabeleça uma cronologia a partir de 1 ano antes da sua data planejada de embarque.


2.1) 1 ano antes: fazer passaporte.

2.2) 10 meses antes: conseguir o visto de turismo (se aplicável).

2.3) 8 a 6 meses antes: compra da passagem aérea e outros deslocamentos aéreos.

2.4) 5 a 4 meses antes: compra da hospedagem.

2.5) 4 a 3 meses antes: compra do aluguel do carro.

2.6) 3 a 2 meses antes: compra de ingressos.


Observação 1: É costume dos parques fazerem promoções para o ano seguinte durante a Black Friday em que os ingressos têm os preços derrubados. Não hesite em reordenar os passos para ter uma otimização financeira.


Observação 2: Se você visitar um ou dois mais parques da mesma rede, ou pretende fazer dois dias ou mais no mesmo parque, considere a compra de um Season Pass. Eles costumam dar acesso a todos os parques da rede e são mais baratos que ingressos de 2 dias.


3) Convide a pessoa certa para vivenciar seu sonho com você: viajar sozinho é maneiro, mas viajar com uma companhia legal torna a viagem ainda mais divertida! Pense naquela pessoa querida que é animada, gosta de aventuras e não molenga em viagens, e faça a proposta! É sempre bom dividir os custos de hospedagem e aluguel de carro! Viva a sua vida realizando sonhos. Lembre-se que o único investimento que nós levamos quando partimos desse planeta são as nossas memórias. 


Quanto custa viajar para o México e fazer uma road trip pelos Estados Unidos?

Data: Julho e Agosto de 2021

Dólar americano: R$ 5,50

Período: 45 dias

Número de pessoas: 2


Custos:

1) Deslocamentos

Passagem aérea Rio de Janeiro-São Paulo: R$ 85,00 (milhas usadas)

Passagem aérea São Paulo-Cidade do México/Richmond-São Paulo: R$ 3.800,00

Passagem aérea Cidade do México-Guadalajara: R$ 370,00

Passagem aérea Cidade do México-Monterrey: R$ 440,00

Passagem aérea Cidade do México-San Antonio: R$ 600,00


Aluguel de carro (3 dias) San Antonio-Dallas: R$ 820,00

Passagem aérea Dallas-Atlanta: R$ 530,00

Passagem aérea Atlanta-Charlotte: R$ 775,00

Aluguel de carro (22 dias) Charlotte-Richmond: R$ 3.912,00 


2) Hospedagem (preço por pessoa, dividido por 2)

15 noites na Cidade do México: R$ 931,00

3 noites em San Antonio: R$ 425,00

1 noite em Dallas: R$ 150,00

2 noites em Atlanta: R$ 470,00

1 noite em Charlotte: R$ 190,00

2 noites em Pigeon Forge: R$ 525,00

2 noites em Louisville: R$ 330,00

1 noite em Mason: R$ 198,00

2 noites em Pittsburgh: R$ 460,00

2 noites em Cleveland: R$ 435,00

2 noites na Filadélfia: R$ 515,00

2 noites em Hartford: R$ 411,00

3 noites em Nova York: R$ 611,00

3 noites em Washington: R$ 515,00

2 noites em Richmond: R$ 300,00 


3) Ingressos

Passe Platinum da Cedar Fair: R$ 1.560,00

Passe Diamond da Six Flags: R$ 830,00

SeaWorld: R$ 450,00

SeaWorld - nado com beluga: R$ 915,00

Dollywood: R$ 450,00

Kentucky Kingdom: R$ 250,00

Holiday World: R$ 320,00

Kennywood: R$ 170,00

Lake Compounce: R$ 180,00

Luna Park: R$ 340,00

Nickelodeon Universe: R$ 466,00

Hersheypark: R$ 220,00

Knoebels: R$ 210,00

Busch Gardens Williamsburg: R$ 305,00 


4) Diversos

Comida: USD 1.000,00 (R$ 5.500,00)

Compras: USD 500 (R$ 1.500,00)

Pedágios/Gasolina: USD 235 (R$ 1.392,50)


TOTAL (por pessoa): R$ 24.464,00 (custos 1 à 3) + R$ 8.292,50 (custo 4) = R$ 29.964,00


Roteiro:

29/jun - Embarque para o México

30/jun - Chegada Cidade do Mexico

01/jul - Zócalo / Bellas Artes / Casa Azulejos

02/jul - Kataplum

03/jul - Six Flags Mexico

04/jul - Six Flags Mexico

05/jul - Dia de trabalho

06/jul - Dia de trabalho 

07/jul - Museu Nacional de Antropologia

08/jul - Castelo de Chapultepec / Retorno ao Museu de Antropologia

09/jul - Teotihuacán

10/jul - (CDMX-Guadalajara) / Selva Magica

11/jul - (CDMX-Monterrey) / Bosque Magico

12/jul - Dia de trabalho 

13/jul - Dia de trabalho 

14/jul - Dia de trabalho 

15/jul - (Cidade do México-San Antonio) / Kemah Boardwalk e Galveston Pier

16/jul - Six Flags Fiesta Texas

17/jul - SeaWorld San Antonio

18/jul - (San Antonio-Dallas) / Six Flags Over Texas

19/jul - Centro Histórico de Fort Worth Stockyards / (Dallas-Atlanta)

20/jul - Six Flags Over Georgia

21/jul - (Atlanta-Charlotte) / Carowinds

22/jul - Outlet / (Charlotte-Pigeon Forge)

23/jul - Dollywood

24/jul - (Pigeon Forge-Louisville) / Kentucky Kingdom

25/jul - Holiday World

26/jul - (Louisville-Cincinnati) / Kings Island

27/jul - (Cincinnati-Pittsburgh) / Kennywood

28/jul - Hersheypark

29/jul - (Hershey-Cleveland) / Cedar Point

30/jul - Cedar Point

31/jul - (Cleveland-Elysburg) / Knoebels

01/ago - (Elysburg-Filadelfia) / Dorney Park

02/ago - (Filadelfia-Hartford) /Lake Compounce

03/ago - Six Flags New England

04/ago - Luna Park

05/ago - Nickelodeon Universe

06/ago - Six Flags Great Adventure

07/ago - (Nova York-Washington, DC) / Piers

08/ago - Washington City Tour

09/ago - Six Flags America

10/ago - (Washington-Richmond) / Kings Dominion

11/ago - Busch Gardens Williamsburg

12/ago - Richmond-Brasil


​“Ele me ensinou a vagar. Me ensinou que não preciso escalar uma montanha para estar no topo do mundo. Que até o lugar mais feio pode ser o lugar mais lindo, contanto que a gente se dê tempo pra olhar”

Por Lugares Incríveis



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